Mídia: EUA têm dificuldades em 'filtrar' tráfico de crianças e criminosos entre refugiados afegãos

© REUTERS / Evelyn HocksteinAfghan refugees arrive at Dulles International Airport in Dulles, Virginia, U.S., September 2, 2021.
Afghan refugees arrive at Dulles International Airport in Dulles, Virginia, U.S., September 2, 2021. - Sputnik Brasil, 1920, 04.09.2021
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A mídia tem relatado situações de meninas casadas com homens muito mais velhos e criminosos, incluindo estupradores, entre as milhares de pessoas evacuadas do Afeganistão pelos EUA. 
Muitas das 124.000 pessoas retiradas do Afeganistão pelos EUA podem ser noivas infantis, de acordo com documentos citados na sexta-feira (3) pela agência norte-americana Associated Press (AP) e a emissora CNN.
Os documentos internos do Departamento de Estado dos EUA indicavam casos relatados por diplomatas em Doha, Emirados Árabes Unidos, de meninas afegãs menores de idade listadas como "esposas" de homens muito mais velhos. Um relato de Abu Dhabi mencionou alegações de que algumas das meninas foram estupradas.
Por sua vez, em Fort McCoy, Wisconsin, EUA, onde o país norte-americano recebeu refugiados, funcionários procuraram "orientação urgente" na questão dessas noivas crianças.
"O pessoal de Fort McCoy relatou múltiplos casos de mulheres menores que se apresentaram como 'casadas' com homens afegãos adultos, bem como famílias polígamas", diz um relatório da Força-Tarefa Afegã, datado de 27 de agosto sob o número 63, conforme citado pela AP.
Os relatos receberam atenção e condenação de Ted Cruz, senador republicano, que acusou a administração do presidente norte-americano Joe Biden de importar "uma catástrofe de direitos humanos" para os EUA e de conduzir "literalmente tráfico de crianças".
Omri Ceren, conselheiro de Cruz, sublinhou que também muitos refugiados são sinalizados por ligações com grupos terroristas como o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), ou testando positivo à COVID-19.
A emissora NBC News escreveu na sexta-feira (3) que 10.000 dos 30.000 afegãos levados aos EUA, incluindo 100 sinalizados por ligações ao terrorismo, precisavam de "triagem adicional". As fontes da mídia apontaram que "outros evacuados" atualmente na área de Washington tinham sido deportados dos EUA por delitos criminosos, e que as autoridades estavam agora tentando decidir o que fazer com eles.
Na segunda-feira (30) o portal Breitbart relatou que pelo menos um dos refugiados era na verdade um estuprador condenado, deportado dos EUA em 2017, e que regressou como parte da evacuação afegã.
Além dos EUA, as autoridades da Alemanha até agora registraram três refugiados com documentos falsos, e quatro que tinham sido deportados por "crimes graves", disse na sexta-feira (3) Horst Seehofer, ministro do Interior. Ao mesmo tempo, centenas de jornalistas e intérpretes que trabalharam com tropas dos EUA permanecem no Afeganistão.
Antony Blinken, secretário de Estado, informou na sexta-feira (3) que a administração estava "ainda descobrindo" quem eram todos os evacuados do Afeganistão, mas afirmou que até 80% deles eram afegãos "em situação de risco".
Na terça-feira (31) Biden qualificou de sucesso "extraordinário" a evacuação de cidadãos afegãos e norte-americanos do Afeganistão.
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