Bachelet pede cancelamento das 'sanções setoriais' dos EUA contra Venezuela em evento da ONU
15:13 13.09.2021 (atualizado: 11:55 21.11.2021)
Nos siga no
Em nota, Caracas relatou que tomou conhecimento do relatório apresentado pela alta responsável no qual são apontados os "efeitos devastadores das sanções dos EUA", entretanto, rejeitou outra parte do documento que cita "prisões arbitrárias".
Nesta segunda-feira (13), a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu o cancelamento das "sanções setoriais" contra a Venezuela. Sanções essas que, em sua opinião, agravaram a situação do país sul-americano durante a pandemia.
Bachelet aponta os graves efeitos das sanções unilaterais adotadas pelo governo dos Estados Unidos contra Caracas a partir de 2014, que gerou uma redução de 99% da receita do país.
"A situação humanitária e econômica pré-existente foi agravada tanto pela pandemia COVID-19 quanto por sanções setoriais, limitando ainda mais o acesso aos serviços básicos. Reitero meu apelo para que as sanções setoriais sejam canceladas", disse Bachelet.
A alta comissária ainda reconheceu os esforços feitos pelo governo venezuelano para enfrentar os desafios colocados pela pandemia, no entanto, observou que, como em outros lugares, "isso significava desviar recursos escassos de outros tratamentos médicos necessários, ampliando ainda mais a escassez no setor da Saúde".
Em resposta, Caracas por meio de nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, informou que tomou nota do relatório de Bachelet, ao mesmo tempo que reconheceu os "efeitos devastadores" das sanções norte-americanas contra a Venezuela.
Venezuela toma nota del informe publicado por la Oficina de la Alta Comisionada de Naciones Unidas para los Derechos Humanos que ratifica efecto perverso de las Medidas Coercitivas Unilaterales https://t.co/HZtlsHntEF vía @CancilleriaVE
— Felix Plasencia (@PlasenciaFelix) September 13, 2021
Venezuela toma nota do relatório publicado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que ratifica o efeito perverso das medidas coercitivas unilaterais.
Entretanto, há um ponto no documento no qual o governo venezuelano faz uma reclamação ao órgão da ONU afirmando que o mesmo reproduz "as falhas metodológicas presentes em documentos anteriores do escritório e incorpora afirmações infundadas, que não foram devidamente verificadas com autoridades estaduais".
O ponto gira em torno de pedidos de prisão arbitrários sob os quais Caracas rejeita "as falsas afirmações do relatório sobre supostas detenções arbitrárias ou perseguições por exercício ou defesa dos direitos humanos, na medida em que fazem parte do roteiro político de quem usa esse assunto para atacar o país".
© AP Photo / Ariana CubillosA Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, à esquerda, conversa com o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, enquanto eles saem de uma reunião no Palácio Presidencial Miraflores, em Caracas, Venezuela (foto de arquivo)
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, à esquerda, conversa com o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, enquanto eles saem de uma reunião no Palácio Presidencial Miraflores, em Caracas, Venezuela (foto de arquivo)
© AP Photo / Ariana Cubillos
Contudo, o Estado venezuelano disse que continuará a cooperar com o escritório de Bachelet, com base "no respeito pela verdade e nos princípios da objetividade, não seletividade, imparcialidade, não ingerência nos assuntos internos e diálogo construtivo como mecanismo que permite levantar a verdade da Venezuela antes desta instância".