Interpol e autoridades uruguaias desmontam rede de tráfico humano e prendem 12 cubanos
16:12 13.09.2021 (atualizado: 08:51 20.11.2021)
© AP Photo / Laurent CirpianiPessoas caminham na Interpol, em Lyon, região central da França. Foto de arquivo
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Pela viagem, os migrantes cubanos pagavam uma quantia aos integrantes da organização, valor que não foi revelado pelo comunicado. Os cubanos entravam no Uruguai pela fronteira com o Brasil, pelas cidades brasileiras de Chui ou Santana do Livramento.
A polícia do Uruguai e a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol, na sigla em inglês) está investigando uma rede internacional dedicada ao tráfico de migrantes cubanos, em conexão com um caso no qual 12 cidadãos de Cuba que chegaram ao país sul-americano foram condenados, informou nesta segunda-feira (13) o Ministério do Interior uruguaio.
"Pessoal do Departamento de Investigação de Crimes Especiais da Direção-Geral de Luta contra o Crime Organizado e da Interpol determinou, após vários meses de trabalho de inteligência, o modus operandi de uma organização criminosa internacional que operava no exterior e se dedicava ao tráfico de migrantes cubanos", lê-se no comunicado.
As operações de tráfico se originavam em Havana, onde cubanos, membros da rede, capturavam seus compatriotas e os seduziam com a possibilidade de viajar ao Uruguai, alguns para ficar no país sul-americano, outros para viajar aos EUA, e escolhiam Montevidéu como destino intermediário.
© AP Photo / Ramon EspinosaMeninas usando máscaras esperam por seus pais em Havana, Cuba
Meninas usando máscaras esperam por seus pais em Havana, Cuba
© AP Photo / Ramon Espinosa
Passo a passo
Pela viagem, os migrantes cubanos pagavam uma quantia aos integrantes da organização, valor que não foi revelado pelo comunicado. Os cubanos entravam no Uruguai pela fronteira com o Brasil, pelas cidades brasileiras de Chui ou Santana do Livramento.
"Uma vez em nosso território, alguns se estabeleciam como refugiados, enquanto outros entravam em contato, através de meios tecnológicos, com diferentes organizações criminosas que cobravam entre seis mil e sete mil dólares [entre R$ 157 mil e R$ 193 mil] para chegarem a outro destino", diz a nota.
Segundo o governo uruguaio, a investigação envolve 34 cubanos e requerentes de refúgio: 21 homens e 13 mulheres, com idades entre 35 e 45 anos. Destes, 12 já foram condenados a seis meses de prisão em liberdade condicional pelo crime de falsidade ideológica.
Ainda assim, como a investigação está em curso, ainda não é possível diferenciar quem dos 34 cubanos são vítimas e quais são perpetradores, já que, por exemplo, entre os migrantes, alguns entregaram voluntariamente seus passaportes para obter um visto falso, explicou à Sputnik a assessoria de imprensa do ministério.