UE anuncia novo projeto que poderia competir com Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota da China
17:14 16.09.2021 (atualizado: 10:16 29.11.2021)
© AP Photo / John ThysA presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, faz uma declaração após uma reunião do colégio de comissários na sede da UE em Bruxelas, 14 de abril de 2021
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A maioria do Ocidente critica a Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota de Pequim, que busca impulsionar o comércio na Ásia e além fronteiras, enquanto investe na infraestrutura de transporte de outros países.
Tal crítica tem base no fato de os Estados ocidentais acreditarem que o gigante asiático está usando esses investimentos para fazer com que os governos desses países fiquem dependentes de Pequim.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou o lançamento do Global Gateway (Portão Global), uma iniciativa que busca levantar as barreiras globais ao comércio de bens e serviços.
"Queremos tornar o Global Gateway uma marca de confiança em todo o mundo. Construiremos parcerias do Global Gateway com países de todo o mundo [...] Queremos investimentos em infraestrutura de qualidade, conectando bens, pessoas e serviços ao redor do mundo", declarou von der Leyen.
Contudo, este novo projeto parece se assemelhar bastante à Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota que Bruxelas - e o resto do Ocidente - tanto critica. De igual modo, também foi projetado para levantar barreiras ao fluxo de mercadorias, especialmente exportações da China.
O discurso de Ursula von der Leyen, no entanto, prestado na quarta-feira (15), enfatizou que o novo projeto europeu não é nada parecido com seu análogo chinês.
"Queremos criar vínculos e não dependências! Somos bons no financiamento de estradas. Mas não faz sentido para a Europa construir uma estrada perfeita entre uma mina de cobre de propriedade chinesa e um porto de propriedade chinesa. Temos que ser mais inteligentes quando se trata de investimentos deste tipo", disse a presidente da Comissão Europeia.
Von der Leyen acrescentou ainda que a UE está entrando em uma "nova era de hipercompetitividade", que, segundo ela, é caracterizada pelo fato de alguns atores fazerem tudo para "ganhar influência", referindo-se, supostamente, a Pequim.
Por sua vez, a China tem rejeitado fortemente todas as alegações vindas do Ocidente sobre seu projeto, sublinhando a importância de manter o comércio livre.