Estudo explica como Lua 'ocultou' impacto de muitos asteroides
23:35 20.09.2021 (atualizado: 09:49 21.11.2021)
© Foto / Pixabay / TheSpacewayLua (imagem referencial)
© Foto / Pixabay / TheSpaceway
Nos siga no
Uma astrofísica da Austrália estudou a história geológica da Lua, concluindo que a falta de marcas de quedas de asteroides no satélite natural da Terra tem uma explicação.
Uma equipe de astrofísicos australianos anunciou em comunicado na terça-feira (14) que as primeiras crateras na Lua podem ter tido uma aparência diferente no passado, tendo em conta que elas surgiram quando a Lua ainda estava esfriando, após sua formação.
"Estas grandes crateras de impacto, frequentemente referidas como bacias de impacto, que se formaram durante a solidificação do oceano de magma lunar há mais de quatro bilhões de anos, deveriam ter tido uma aparência diferente daquelas que se formaram mais tarde na história geológica lunar", explicou Katarina Miljkovic, autora principal do estudo, publicado na revista Nature Communications.
"Uma Lua muito jovem havia se formado com um oceano de magma, que esfriou ao longo de milhões de anos, para criar a Lua que vemos hoje. Assim, quando asteroides e outros corpos atingiram a superfície, que era mais macia, não teriam deixado marcas tão severas, o que significa que teria deixado poucas evidências geológicas ou geofísicas do impacto", referiu a astrofísica da Escola Curtin de Ciências da Terra e Planetárias e o Centro de Ciência e Tecnologia Espacial, Austrália.
Embora a possível existência de um enorme oceano de magma na superfície da Lua durante sua formação não seja novidade para a comunidade científica, existem várias hipóteses sobre o período de tempo em que ocorreu sua solidificação.
Alguns estudos afirmam que poderia ter decorrido durante cerca de 200 milhões de anos, mas a equipe de Miljkovic sugere que, na verdade, teria sido durante um período muito mais curto.
"À medida que a Lua envelhece e sua superfície esfria, ela se torna mais sólida, e os impactos do bombardeio se tornam muito mais fáceis de observar com sensoriamento remoto", diz a cientista.
Ela sublinha que a descoberta poderia contribuir para uma melhor compreensão da formação e evolução dos planetas no Sistema Solar e do impacto que a Lua pode ter tido no início da história da Terra.