Analista chinês: Austrália 'desmiolada' pode ser alvo de ataque nuclear após aderir à aliança AUKUS

© Foto / MC1 Ronald Gutridge / Marinha dos EUASubmarino Annapolis, da Marinha dos EUA, dispara míssil Maritime Strike Tomahawk (MST)
Submarino Annapolis, da Marinha dos EUA, dispara míssil Maritime Strike Tomahawk (MST) - Sputnik Brasil, 1920, 21.09.2021
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A fúria de Pequim relativamente à aliança de defesa trilateral AUKUS, recentemente anunciada pela Austrália, Reino Unido e EUA, não diminui.
Victor Gao, um dos principais acadêmicos chineses, alertou que a Austrália (que no âmbito da nova parceria pretende obter submarinos de propulsão nuclear) é agora um alvo em uma possível guerra nuclear.
Gao, que no passado foi tradutor do antigo líder da China Deng Xiaoping e atualmente é vice-presidente do think tank Centro para a China e Globalização, fez uma ameaça velada, afirmando que a aliança AUKUS é uma "violação grosseira do direito internacional" que terá "consequências profundas" para os australianos "desmiolados".
Após negociações secretas com os líderes do Reino Unido e dos EUA, o primeiro-ministro australiano Scott Morrison anunciou na semana passada que a primeira grande iniciativa da AUKUS será o desenvolvimento para Camberra de oito submarinos movidos a energia nuclear, mas não de armas nucleares.
"Armada com submarinos nucleares, a Austrália será alvo de possíveis ataques nucleares no futuro", disse Gao em um programa do canal australiano ABC News.
"O momento crítico será se a Austrália estiver armada com submarinos nucleares produzidos localmente na Austrália. Querem realmente ser um alvo em uma possível guerra nuclear ou querem ser livres de uma ameaça nuclear?", questionou acadêmico chinês.
Gao ressaltou que os três países integrantes da AUKUS estão sendo acusados de violar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, o que constitui uma "violação grosseira do direito internacional".
Ele também criticou os estreitos laços militares de Camberra com Washington, alegando que Austrália tem um "pacto de sangue" com os EUA.
"No Afeganistão, na Coreia, no Iraque, onde quer que os americanos se envolvessem em guerra – os australianos estão do lado dos americanos, como se os australianos não tivessem qualquer capacidade cerebral – como se vocês apenas tivessem seus músculos", afirmou Gao.
Apesar de não existir, atualmente, nenhuma arma nuclear norte-americana posicionada na Austrália, há quem especule que o pacto de defesa envolverá a expansão da infraestrutura de mísseis norte-americanos no país-continente para enfrentar a suposta ameaça comum colocada pela China.
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