Comandante iraniano afirma que 'exércitos treinados pelos EUA' falharam em combater terrorismo
16:25 26.09.2021 (atualizado: 12:29 12.11.2021)
© AP Photo / Agência de Notícias Fars /Mahdi MarizadMembros do IRGC e um clérigo caminham sobre representações de bandeiras de Israel e EUA
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O general Gholam Ali Rashid, comandante da sede da Khatam al-Anbia do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), argumentou que os exércitos treinados pelos militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão não conseguiram combater com sucesso os movimentos terroristas nesses países.
"Hoje, vemos que ninguém pode combater [e defender seu país] com [adesão ao] pensamento e método dos norte-americanos, enquanto os exércitos criados pelos EUA se desmoronaram no Iraque contra o Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países] e no Afeganistão contra o Talibã [organização terrorista proibida na Rússia e em outros países]", comentou o general Rashid no sábado (25).
Tamanhas observações chegam quase um mês após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ter garantido ao presidente iraquiano, Barham Salih, que a missão de combate dos EUA contra o Daesh no país não terminou e está "entrando em uma nova fase com base nas capacidades aprimoradas das Forças de Segurança iraquianas".
É estimado que, atualmente, cerca de 2.500 soldados norte-americanos estejam estacionados no Iraque ajudando as forças locais a combater os jihadistas do Daesh, sendo que o presidente dos EUA, Joe Biden, teria dito em julho deste ano que a missão de Washington no Iraque terminaria no final do ano.
© AP Photo / Qassim Abdul-ZahraSoldados dos EUA em meio a danos no local de bombardeio iraniano na base aérea de Ain Al-Asad, em Anbar, Iraque, 13 de janeiro de 2020
Soldados dos EUA em meio a danos no local de bombardeio iraniano na base aérea de Ain Al-Asad, em Anbar, Iraque, 13 de janeiro de 2020
© AP Photo / Qassim Abdul-Zahra
Os EUA têm mantido sua presença no Iraque desde março de 2003. Nessa época, dezenas de milhares de soldados norte-americanos foram destacados a fim de derrubar o então presidente Saddam Hussein e eliminar as armas de destruição em massa, cuja existência nunca foi confirmada.
Durante a administração Obama, alguns soldados norte-americanos foram momentaneamente retirados de solo iraquiano, eles acabaram sendo recolocados em 2014 com o surgimento do Daesh, que havia tomado controle de grandes extensões do noroeste do Iraque e prosseguido com sua expansão para o leste da Síria.
Em 2017, o Iraque e os EUA anunciaram que o Daesh havia sido derrotado, mas as forças de combate norte-americanas permaneceram no país desde então, justificando sua presença citando a ameaça que as forças restantes do grupo terrorista representavam na região.
No entanto, após o assassinato, ordenado por Washington, do major-general iraniano Qassem Soleimani em Bagdá em janeiro de 2020, o Parlamento do Iraque aprovou uma resolução exigindo que todas as forças norte-americanas fossem removidas do país. Nos meses seguintes, o Pentágono começou a reduzir o número de suas tropas de 5.300 para 2.500 soldados e entregou várias bases principais às forças iraquianas, apesar de se recusar a concordar com as exigências para deixar o país árabe completamente.