Embora EUA sejam contra laços com Damasco, Síria e Jordânia reatam diálogo pela 1ª vez em 10 anos
09:43 04.10.2021 (atualizado: 09:45 04.10.2021)
© Sputnik / Mikhail AlaeddinMilitar sírio hasteia bandeira da Síria no sudoeste da província de Daraa, na fronteira com a Jordânia
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Os laços entre a Síria e a Jordânia se deterioraram desde o início da guerra na Síria, em 2011, com Amã reduzindo relações diplomáticas com seu vizinho e, supostamente, abrigando grupos opositores ao governo sírio, apoiados pelo Ocidente e considerados terroristas por Damasco.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, e o rei jordaniano, Abdullah II, falaram um com o outro pela primeira vez em uma década. De acordo com a agência de notícias estatal síria SANA, Assad fez uma chamada ao líder da Jordânia em 3 de outubro para discutir as relações bilaterais e as vias para impulsionar a cooperação "no interesse dos dois países e povos".
O rei da Jordânia afirmou que Amã apoia a integridade territorial da Síria, bem como seus esforços para preservar a "estabilidade e soberania", segundo um comunicado emitido pelo palácio real jordaniano.
Esta conversa importante entre os dois líderes árabes foi possibilitada pelo descongelamento das relações entre os dois países.
© AP Photo / Yousef AllanFoto divulgada pela Corte Real Hachemita: rei Abdullah II da Jordânia discursa durante a inauguração da 19ª sessão extraordinária do Parlamento, em Amã, Jordânia
Foto divulgada pela Corte Real Hachemita: rei Abdullah II da Jordânia discursa durante a inauguração da 19ª sessão extraordinária do Parlamento, em Amã, Jordânia
© AP Photo / Yousef Allan
Em setembro, a mídia jordaniana relatou que as nações haviam reativado um negócio de dez anos, segundo o qual gás natural egípcio é transportado através da Jordânia, da Síria e do Líbano. Também nesse mês, o ministro da Defesa sírio visitou o país vizinho para discutir uma série de questões, e na semana passada a Jordânia reabriu uma passagem fronteiriça com a Síria, em uma tentativa de impulsionar a cooperação.
© REUTERS / Mídia Associada O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian (à esquerda) encontra-se com o presidente da Síria, Bashar al-Assad, em Damasco, Síria, 29 de agosto de 2021
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian (à esquerda) encontra-se com o presidente da Síria, Bashar al-Assad, em Damasco, Síria, 29 de agosto de 2021
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Do mesmo jeito, nos últimos meses o Reino Hachemita da Jordânia tem tentado convencer Washington a normalizar suas relações com a Síria, que ficaram bastante deterioradas após o início da guerra síria. Amã sugere, particularmente, que a Casa Branca levante partes do Ato César de 2019, que impõe sanções contra companhias estrangeiras que fazem negócios com Damasco.
Em uma entrevista à CNN em julho deste ano, o rei jordaniano disse que Bashar al-Assad permanecerá no poder, observando que a posição apoiada pelo Ocidente, de que Damasco deve ser ostracizada, é insustentável. Porém, na semana passada, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que Washington não tinha planos de "normalizar ou melhorar" as relações com a Síria e não estava encorajando outras nações a fazê-lo.