EUA fazem pressão sobre China para cumprir sua parte do acordo comercial, diz mídia
14:54 04.10.2021 (atualizado: 12:30 12.11.2021)
© AFP 2023 / STR/AFPComércio da China com os EUA aumentou 61,8% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2020
© AFP 2023 / STR/AFP
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A representante comercial norte-americana, Katherine Tai, buscará, nesta segunda-feira (4), novas negociações com a China devido a sua falha em cumprir as promessas feitas em um acordo comercial da Fase 1 firmado com o ex-presidente Donald Trump, segundo a mídia.
No entanto, segundo a agência Reuters, Washington não prosseguirá com as negociações da Fase 2 sobre os subsídios estatais de Pequim e outras questões estruturais.
Funcionários seniores da administração Biden informaram que Tai buscará uma reunião virtual com o vice-premiê chinês, Liu He, para discutir o acordo comercial.
Entretanto, Tai não descartará o uso de novas tarifas para pressionar o gigante asiático a cumprir os compromissos da Fase 1 assumidos durante a presidência de Trump, contaram os funcionários sob condição de anonimato. De igual modo, ela também anunciará que os EUA reabrirão um processo para que as empresas norte-americanas possam buscar isenção de tarifas, informaram altos funcionários da administração democrata, citados pelo The Wall Street Journal (WSJ).
"Por muito tempo, a falta de adesão da China às normas comerciais globais prejudicou a prosperidade dos norte-americanos e de outros [povos] em todo o mundo", referem trechos do seu discurso compartilhado pela Casa Branca e citados pela mídia.
No mesmo documento, Tai também dirá que pretende ter "conversas francas" com sua entidade homóloga chinesa, o que "incluirá discussões sobre o desempenho da China no âmbito do Acordo da Fase 1, e também falaremos diretamente com a China sobre suas políticas industriais", cita a Reuters.
Contudo, a representante comercial dos EUA não descartará o uso de quaisquer ferramentas comerciais para levar a China a cumprir o acordo, que está programado para expirar no final de 2021.
Segundo o WSJ, a China falhou a meta de compra de bens em quase 40% em 2020, conforme os cálculos de Chad Bown, um membro sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional que tem acompanhado o processo. A partir dos dados dos primeiros oito meses do ano, a China está a um ritmo de 30% abaixo de sua meta para 2021.
O acordo da Fase 1 foi firmado no final de 2019, precisamente quando o surto do novo coronavírus estava começando a surgir na China.
A administração Biden passou vários meses revendo sua política para China, incluindo as tarifas impostas pela administração Trump que, inicialmente, tributaram cerca de US$ 370 bilhões (cerca de R$ 2 trilhões) em importações chinesas, incluindo bens de consumo como eletrônicos, vestuário e mobília, bem como milhares de itens constituintes da cadeia de fornecimento de muitas fábricas norte-americanas.