Pequim busca 'independência estratégica' do Ocidente com novo reator nuclear, diz especialista
03:38 06.10.2021 (atualizado: 11:39 06.10.2021)
© AP Photo / Xinhua, Cheng LiTokamak chinês EAST (reator experimental de fusão nuclear)
© AP Photo / Xinhua, Cheng Li
Nos siga no
A China vai construir um reator de sal fundido na cidade de Wuwei, com o objetivo de atender à crise energética que está atingindo o país.
A utilização da nova tecnologia permitirá ao país ser "independente do Ocidente", afirmou à Sputnik o professor de economia internacional e assuntos da Ásia-Pacífico, Carlos Aquino.
Assim como na Europa, a China passa por um momento de crise energética, contudo o gigante asiático planeja resolver o problema com a construção de um novo reator nuclear.
No momento, Pequim está racionalizando seus recursos no território para suprir suas diferentes necessidades, porém, com a crise, muitas empresas estão fechando ou funcionando o mínimo possível.
Após o surgimento dos primeiros sinais de escassez e dos primeiros apagões, o governo chinês começou por racionar o uso de eletricidade pelos fabricantes, exigindo que eles cumprissem metas mais altas de eficiência energéticahttps://t.co/pP74DNQo6l
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) October 1, 2021
Por isso, a China pretende construir um reator de sal fundido com baixas emissões de dióxido de carbono e com resíduos controlados, na província de Gansu.
De acordo com o pesquisador peruano Carlos Aquino, o país asiático enfrenta uma crise energética séria, já que o país tem "um problema importante para conseguir energia usando petróleo e carvão, ambos muito contaminantes".
"As usinas de energia nuclear baseadas em urânio ou plutônio têm problemas de segurança e ecológicos. Vimos o que aconteceu em Chernobyl ou em Fukushima [...] Esta nova tecnologia quase não contamina, não emite dióxido de carbono e torna mais fácil se desfazer dos resíduos tóxicos, gerando mais calor que o de uma usina de energia nuclear baseada em urânio", explicou.
Segundo o especialista, o gigante asiático quer ser energeticamente independente dos EUA, do Irã e inclusive, da Rússia, pois não apenas o petróleo teve custos elevados, como também o gás, e por isso, Pequim busca a "independência estratégica".