'Temos provas': premiê do Mali acusa França de treinar terroristas que atuam no país africano
11:31 08.10.2021 (atualizado: 07:58 21.11.2021)
© AP Photo / Imprensa AssociadaSoldados da força francesa da operação Barkhane montam uma metralhadora em uma picape camuflada enquanto trabalhadores do Mali passam antes de partir em uma missão de sua base em Gao, Mali, 7 de junho de 2021
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O primeiro-ministro do Mali responsabilizou a França pela formação de um enclave na cidade maliana de Kidal, que depois entregou a um grupo terrorista.
A França é responsável pela formação de grupos terroristas que atuam no Mali, e Bamaco tem provas, disse à Sputnik o premiê do governo de transição maliano, Choguel Kokalla Maiga.
"Os terroristas que estão presentes no Mali vieram da Líbia. E quem destruiu o Estado da Líbia? A França com os aliados. Quando o Estado do Mali começou a colaborar com a França sobre a intervenção no Mali para luta contra o terrorismo, pedimos para eles ajudassem com dados de inteligência e apoio aéreo. Ninguém falou do envio de militares para terra", disse o premiê.
O primeiro-ministro do Mali destacou que a França respeitou acordo nas cidades de Konna, Gao, Timbuktu. Mas quando os militantes franceses se aproximaram da cidade de Kidal, eles proibiram a entrada dos soldados malianos.
As tropas francesas criaram um enclave e o entregaram a um movimento formado dos representantes de Ansar Dine, que colabora com a Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), revelou Choguel Kokalla Maiga.
"O Mali não tem aceso a Kidal, é um enclave controlado pela França. Eles têm grupos armados treinados por oficiais franceses. E temos provas disso", conforme o premiê.
Há dias, o Ministério das Relações Exteriores maliano chamou o embaixador da França no país devido às "declarações hostis" do presidente francês Emmanuel Macron contra o Mali.
O Mali apelou às autoridades franceses para manterem a contenção e uma abordagem construtiva baseada no respeito mútuo para se focarem, nomeadamente, na luta contra o terrorismo na região do Sahel.
Anteriormente, Macron afirmou que foi graças às operações da França na região do Sahel que os terroristas não tomaram o poder no Mali.