Nova York vê aumento recorde de casos de doença rara e perigosa após 'grave infestação de ratos'
10:19 19.10.2021 (atualizado: 12:30 12.11.2021)
© Foto / Pixabay / SimonRatos marrons (imagem referencial)
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Na semana passada, foi confirmado que, pelo menos, 15 habitantes de Nova York estão doentes com leptospirose, um número excecionalmente alto para o território, tendo em conta que, entre 2006 e 2020, foram registrados apenas 57 casos da doença, segundo a mídia local.
Em 22 de setembro, o Departamento de Saúde do estado norte-americano de Nova York advertiu sobre um aumento de casos de leptospirose entre a população, e relatou que 14 pessoas foram infectadas só em 2021, uma das quais morreu em consequência da infecção bacteriana.
De acordo com relatos, foram identificados casos em quatro dos cinco bairros da cidade. A maioria dos infectados adquiriu a doença localmente, sendo que três declararam ser moradores de rua. Todos foram hospitalizados, 13 deles com "insuficiência renal aguda e hepática", e outros dois também foram "afetados gravemente a nível pulmonar".
As autoridades sanitárias associam grande parte deste fenômeno a uma "grave infestação de ratos" em Nova York, pois a leptospirose, ou doença de Weil, é transmitida através da urina de ratos infectados. Outros animais como porcos, cães e cavalos também podem ser hospedeiros da bactéria dessa doença.
As bactérias podem entrar no corpo através de feridas abertas ou mucosas nos olhos, nariz e boca, após o contato com água, lama, solo ou alimentos que tenham sido contaminados.
Estima-se que cerca de dois milhões de ratos-marrons (Rattus norvegicus) vivam em Nova York, onde mais de 20 mil reclamações relacionadas com infestações destes animais foram recebidas desde janeiro deste ano, sendo registrado um aumento de 20% em comparação com 2020. Assim, para evitar a propagação da leptospirose, foram realizadas inspeções para detectar as áreas com maior presença destes roedores, para que possa ser feito o controle de sua população.
Os especialistas acreditam que é provável que as condições anormalmente quentes e úmidas, resultado das mudanças climáticas, tenham permitido que a bactéria Leptospira interrogans prosperasse e se propagasse mais facilmente. Os sintomas comuns da leptospirose incluem febre alta, dor de cabeça, calafrios, fadiga e dores musculares. Muitas vezes, se assemelha a outras infecções virais, o que dificulta seu diagnóstico.
Nem todos os infectados ficam doentes depois de contrair a infecção. Por vezes, após uma recuperação inicial, os doentes podem passar por uma segunda fase, pior e potencialmente fatal, que inclui danos no fígado, rins e cérebro.