Cientistas revelam como se formaram as primeiras galáxias do Universo (FOTO)
© Foto / NASA, William C. Keel (Universidade do Alabama, Tuscaloosa)Colisão entre as galáxias NGC 1410 e NGC 1409
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Novas imagens têm revelado pistas detalhadas sobre como as primeiras estrelas e estruturas se formaram no Universo, sugerindo que a formação das galáxias teve um início irregular.
Uma equipe internacional de astrônomos da Universidade de Nottingham, Reino Unido, e do Centro de Astrobiologia (CAB, CSIC-INTA), Espanha, usaram dados do telescópio espacial Hubble e do Gran Telescopio Canarias para localizar e estudar algumas das menores galáxias do Universo próximo, avança portal EurekAlert.
A pesquisa revelou que era provável que a formação das galáxias fosse irregular. Os primeiros resultados foram recentemente publicados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Uma das questões mais interessantes que os astrônomos têm tentado resolver há décadas é como e quando se formaram as primeiras galáxias. No que diz respeito à questão de como, uma das possibilidades é que a formação das primeiras estrelas dentro de galáxias começou a um ritmo constante, construindo pouco a pouco um sistema cada vez mais massivo. Outra possibilidade é que a formação foi mais violenta e descontinua, com intensas, mas de curta duração, explosões de formação estelar desencadeadas por eventos como fusões e acreções de gás.
"A formação de galáxias pode ser comparada a um carro. As primeiras galáxias podem ter tido um motor de formação de estrelas 'a diesel', lenta, mas continuamente adicionando novas estrelas, sem muita aceleração e transformando moderadamente gás em estrelas relativamente pequenas durante longos períodos de tempo", disse Pablo G. Pérez-González, um dos coautores do estudo afiliado ao Centro de Astrobiologia.
"Ou a formação poderia ter sido irregular, com explosões de formação estelar produzindo estrelas incrivelmente grandes que desorganizam a galáxia e fazem com que cesse sua atividade por algum tempo ou até mesmo para sempre. Cada cenário está associado a diferentes processos, tais como fusões de galáxias ou a influência de buracos negros supermassivos, e eles têm um efeito sobre quando e como o carbono ou oxigênio, que são essenciais para a nossa vida, se formaram", explicou pesquisador.
Usando o poder de lente gravitacional de alguns dos aglomerados de galáxias mais massivos do Universo com os dados excepcionais do Gran Telescopio Canarias provenientes do projeto SHARDS, os astrônomos procuraram por análogos próximos das primeiras galáxias formadas no Universo para que pudessem ser estudadas em mais detalhes.
Pesquisadores combinaram a potência dos telescópios mais avançados, como o Hubble e o das Canarias, com a ajuda de "telescópios naturais".
"Algumas galáxias vivem em grandes grupos, o que chamamos de aglomerados, que contêm grandes quantidades de massa na forma de estrelas, mas também gás e matéria escura. Sua massa é tão grande que eles curvam o espaço-tempo e atuam como telescópios naturais. Nós os chamamos de lentes gravitacionais e elas nos permitem ver galáxias pouco nítidas e distantes com maior luminosidade e maior resolução espacial", observou o professor Chris Conselice da Universidade de Manchester, coautor do estudo.
"Fomos capazes de encontrar esses objetos devido à alta qualidade de dados do projeto SHARDS juntamente com dados de imagem do Hubble para detectar gás quente aquecido por estrelas recém-formadas em galáxias muito pequenas. Este gás quente emite em certos comprimentos de onda, aquilo que chamamos linhas de emissão, tal como a luz de néon. Analisar essas linhas de emissão pode fornecer uma visão da formação e evolução de uma galáxia", concluiu Griffiths.