Zuckerberg acusa mídia e denunciantes de esforços coordenados 'para pintar quadro falso' do Facebook
11:39 26.10.2021 (atualizado: 12:47 21.11.2021)
CC BY 2.0 / Flickr.com / Anthony Quintano / Mark Zuckerberg, CEO do Facebook (imagem referencial)
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Fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, acusa denunciantes e a mídia de conspiração contra a empresa, que permanece sob pressão ante relatos de que a plataforma ignorou o discurso de ódio e desinformação em uma tentativa de maximizar as receitas.
"Minha opinião é que o que estamos vendo é um esforço coordenado para usar de forma seletiva documentos vazados para pintar um quadro falso de nossa empresa", disse Zuckerberg aos investidores durante um telefonema nesta segunda-feira (25).
Se referindo às alegações de denunciantes de que o Facebook prioriza os lucros sobre a segurança, ele disse que "faz com que seja um bom chavão dizer que nós [a empresa] não resolvemos esses dilemas impossíveis porque estamos apenas focados em ganhar dinheiro, mas a realidade é que essas questões não são principalmente sobre nosso negócio, mas sobre o equilíbrio entre vários e complicados valores sociais".
Zuckerberg adicionou que a plataforma acredita que seus "sistemas são os mais eficazes em reduzir o conteúdo nocivo em toda a indústria".
O diretor executivo da empresa expressou preocupação sobre "os incentivos que nós estamos criando para que outras companhias sejam tão introspectivas como temos sido", uma referência aparente ao vazamento pela ex-funcionária do Facebook Frances Haugen dos estudos internos da plataforma.
© REUTERS / Drew AngererFrances Haugen, ex-alta responsável do Facebook, e denunciante, dá depoimento durante audiência do Senado norte-americano no Capitólio em Washington, EUA, 5 de outubro de 2021
Frances Haugen, ex-alta responsável do Facebook, e denunciante, dá depoimento durante audiência do Senado norte-americano no Capitólio em Washington, EUA, 5 de outubro de 2021
© REUTERS / Drew Angerer
Na semana passada, ela alegou, em testemunho do Congresso, que a rede social estava supostamente ciente de que infligia danos à saúde mental dos adolescentes, mas não fez muito para evitar os conteúdos que promoviam "ódio e divisão", bem como os que criavam um ambiente tóxico para adolescentes.
Zuckerberg negou essas alegações, insistindo que a empresa se preocupa "profundamente" com os problemas de segurança dos usuários. Depois seguiram outros testemunhos por vários denunciantes do Facebook, incluindo a ex-cientista de dados Sophie Zhang.
Ela foi demitida do Facebook em agosto de 2020 depois de postar um comunicado de 7.800 palavras, no qual detalhou como a empresa alegadamente falhou em fazer o suficiente para conter o ódio e a desinformação, especialmente nos países emergentes.
No texto, Zhang teria escrito: "Tenho sangue nas mãos", insistindo que ela estava sendo oficialmente demitida do Facebook por "fraco desempenho".
Zhang foi ecoada por outro delator recentemente, alegando que entre 2017 e 2020, o Facebook minou permanentemente esforços para combater a desinformação, o discurso de ódio e o conteúdo problemático por receios de irritar o então presidente dos EUA Donald Trump e do potencial impacto financeiro que daí poderia resultar.