Anticorpos em recuperados da COVID-19 duram pelo menos 10 meses, diz novo estudo
10:22 02.11.2021 (atualizado: 10:24 14.02.2022)
© Folhapress / FramePhoto / Isaac FontanaEm Londrina, no estado brasileiro do Paraná, profissionais de saúde trabalham em um hospital universitário de referência para a COVID-19, em 23 de abril de 2021
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Nova pesquisa liderada por cientistas do Reino Unido mostrou que os recuperados da infecção pelo coronavírus na primeira onda da pandemia têm anticorpos por pelo menos dez meses após o início dos sintomas, e eles são eficazes contra as novas cepas.
No novo estudo, publicado na revista Nature Microbiology, os pesquisadores examinaram soros convalescentes de 38 indivíduos, pacientes e profissionais de saúde, todos infectados na primeira onda da COVID-19.
Foi descoberto que o sangue de pessoas que foram infectadas na primeira onda da pandemia e se recuperaram tem anticorpos por pelo menos dez meses após o início dos sintomas.
"Nossos dados e de outros estudos recentes mostram que, embora os títulos de anticorpos neutralizantes diminuam depois de um pico inicial de resposta, uma atividade neutralizante robusta contra as partículas virais pseudotipadas e vírus infecciosos ainda pode ser detectada em uma grande proporção de soros convalescentes até dez meses após o início dos sintomas", conforme os cientistas.
Além disso, também houve evidências de alguma atividade de neutralização cruzada contra as variantes do SARS-CoV-2, o que significa que as pessoas que foram expostas ao SARS-CoV-2 original podem estar protegidas contra variantes posteriores.
"No geral, o soro da primeira onda mostrou atividade neutralizante contra B.1.1.7 [Alfa], P.1 [Gama] e B.1.351 [Beta], embora em uma potência inferior para B.1.1.7 e B. 1.351", de acordo com os pesquisadores.
Outros resultados mostraram que a infecção com as variantes do SARS-CoV-2, incluindo a Delta, "gera uma resposta de anticorpos de neutralização cruzada que é eficaz contra o vírus original, mas reduziu a neutralização contra linhagens emergentes".
Os cientistas destacaram que, por enquanto, as vacinas desenvolvidas usando a proteína S do vírus original provavelmente fornecem uma resposta de anticorpos mais ampla contra as variantes atuais preocupantes e as linhagens emergentes.