Se não forem evacuados, comandos afegãos podem ser capturados pelo Daesh, diz militar dos EUA
© AFP 2023 / Wakil KohsarPolicial afegão de guarda na Base Aérea de Bagram, Afeganistão, após partida de todas as tropas da OTAN, 5 de julho de 2021
© AFP 2023 / Wakil Kohsar
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No final de agosto de 2021, a ocupação do Afeganistão pelos EUA terminou de um jeito demasiado caótico, abrindo caminho para o Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) retomar o poder do país ao fim de quase 20 anos.
Glenn Pangelinan, ex-chefe da Inteligência de Guerra Especial da Marinha dos EUA, advertiu que milhares de comandos afegãos poderiam se voltar para o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países) caso Washington falhasse em os evacuar do Afeganistão.
"A estimativa é de 5.600 [comandos] [...] São indivíduos que receberam formação da comunidade de inteligência. São pessoas a quem foram dadas táticas especiais de treinamento com armas", explicou Pangelinan à Fox News.
O ex-chefe da inteligência da marinha norte-americana deixou claro que se os comandos afegãos perceberem que não serão evacuados, poderão "vender" suas habilidades ao Daesh ou ao Talibã.
© AP Photo / Shekib RahmaniCentenas de pessoas se reúnem perto de um avião de transporte C-17 da Força Aérea dos EUA em um perímetro no aeroporto internacional de Cabul, Afeganistão, 16 de agosto de 2021
Centenas de pessoas se reúnem perto de um avião de transporte C-17 da Força Aérea dos EUA em um perímetro no aeroporto internacional de Cabul, Afeganistão, 16 de agosto de 2021
© AP Photo / Shekib Rahmani
"[...] O que faria uma pessoa para salvar seus filhos ou sua família se eles fossem ameaçados pelo Daesh ou pelo Talibã? O que você faria? Só podemos considerar o pior", lamentou Pangelinan.
Glenn Pangelinan deu seu parecer após o republicano Mike Waltz ter exortado o Congresso a aprovar legislação para facilitar a evacuação dos aliados em questão pela administração Biden.
"Sabemos que o Talibã os está caçando. Eles [Talibã] estão procurando forçá-los, por coerção, a entregar tal informação para que possam usá-la e entender como operamos", sublinhou Waltz, também em entrevista à Fox News.
O republicano acrescentou que não descarta a possibilidade de os militares norte-americanos enviarem seus "operadores especiais" de volta para o Afeganistão, de modo a "lidar com a crescente ameaça do Daesh e da Al-Qaeda [organização terrorista proibida na Rússia e em outros países] [...] Agora eles conhecem nossas táticas, técnicas e procedimentos, que colocam [as vidas dos] futuros soldados norte-americanos em jogo. Portanto, é ainda mais crítico que tiremos esses comandos [do Afeganistão]".