DNA (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil, 1920
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Cientistas revelam verdade sobre suposto ancestral de cobras de 4 patas encontrado no Brasil (FOTOS)

CC BY 2.0 / Flickr.com / Peter Paplanus / Escíncidos (imagem referencial)
Escíncidos (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 18.11.2021
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O Tetrapodophis amplectus, um suposto ancestral de serpentes, pode não o ser, segundo pesquisa. Neste momento há um esforço para devolver o espécime ao Brasil, onde foi originalmente descoberto em 2015.
Um ser com aparentes caraterísticas de serpente e lagarto fossilizado do período do Cretáceo descoberto no Brasil em 2015 não era ancestral de serpentes de verdade, afirma um novo estudo publicado na revista Journal of Systematic Palaeontology.
Os cientistas sabem há muito tempo que as serpentes não careceram sempre de membros, e o Tetrapodophis amplectus, parecia um candidato ótimo para ser o elo que falta entre os lagartos e as cobras.
No entanto, já em outubro de 2016 o paleontólogo Michael Caldwell e equipe apresentaram uma refutação em um encontro da Sociedade de Paleontologia Vertebrada.
Como exemplo de sua discórdia com as conclusões do estudo de 2015 os pesquisadores referiram que os dentes não estavam engatados ou orientados como dentes de cobra, sua caveira e esqueleto eram diferentes dos desse tipo de animal, e estavam ausentes as grandes escamas ventrais caraterísticos dele. Na época ainda foi notado o interior de sua barriga, na qual pareciam haver ossos de peixes, normalmente presentes em criaturas aquáticas.

"A grande conclusão da nossa equipe é que o Tetrapodophis amplectus não é de fato uma serpente, e foi mal classificada. Em vez disso, todos os aspetos de sua anatomia são consistentes com a anatomia observada em um grupo de lagartos marinhos extintos do período Cretáceo, conhecidos como dolicossauros", de acordo com Caldwell, da Universidade de Alberta, Canadá, em referência a animais que viveram há 110 milhões de anos, no Cretáceo Superior.

No entanto, durante a mais recente pesquisa foi ainda encontrada a rocha na qual foi enclausurado o esqueleto do ser vivo de quatro patas.
"Quando a rocha que continha o espécime foi dividida e ele foi descoberto, o esqueleto e a caveira terminaram em lados opostos da laje, com um molde natural preservando a forma de cada no lado oposto", relatou Caldwell, acrescentando que a caveira do Tetrapodophis amplectus não era "de uma serpente, nem sequer uma primitiva".
Agora o animal poderá ajudar o estudo de dolicossauros, mas só depois de deixar a coleção privada no exterior, algo que contravém a legislação do Brasil, explicou Tiago Simões, paleontólogo da Universidade de Harvard, Massachussets, EUA.
"Na nossa redescrição do Tetradopophis, apresentamos o status legal importante do espécime, e enfatizamos a necessidade de sua repatriação ao Brasil, em acordo não só com a legislação brasileira, mas também tratados internacionais, e o crescente esforço internacional em reduzir o impacto de práticas colonialistas na ciência", apontou.
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