Congresso peruano declara Evo Morales 'persona non grata'; ex-presidente boliviano rebate no Twitter
© AP Photo / Natacha PisarenkoEvo Morales, ex-presidente da Bolívia.
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Os parlamentares peruanos acusam Morales de "ingerência e intromissão" enquanto ex-presidente diz que "unidade e solidariedade" está acima do que é expresso pelos mesmos.
A Comissão de Relações Exteriores do Congresso peruano declarou o ex-presidente boliviano, Evo Morales, "persona non grata" por "seu ativismo político negativo no Peru".
Diante de acusações como "dar declarações a respeito de temas sensíveis que dividem a população peruana, tais como uma assembleia constituinte para 'refundar o país'", e "estatização de recursos naturais", a comissão aprovou três medidas em documento divulgado nesta segunda-feira (22), pelo Twitter de seu presidente, Ernesto Bustamente.
Outro motivo explicitado no comunicado chega até a Runasur, plataforma sul-americana de movimentos sociais que Morales vem promovendo, cuja reunião seria realizada na cidade peruana de Cusco, entre os dias 20 e 21 de dezembro.
O documento inédito determina primeiro, declarar o fundador do Movimento ao Socialismo (MAS), Juan Evo Morales, "persona non grata"; segundo, solicitar aos ministérios do Interior e da Defesa o cumprimento do acordo; e, em terceiro, comunicar à Mesa Diretora do Congresso da República do Peru para os trâmites administrativos e regulação pertinente.
Membro do partido de direita Fuerza Popular, Ernesto Bustamante, declarou Evo como persona non grata nas redes e postou o ofício endereçado "às autoridades competentes".
La Comisión de Relaciones Exteriores del @congresoperu aprobó hoy por mayoría un acuerdo mediante el que se declara al ciudadano boliviano Evo Morales Ayma, persona non grata en el Perú. pic.twitter.com/pkDh21QbKu
— Ernesto Bustamante (@ErnesBustamante) November 22, 2021
A Comissão de Relações Exteriores do Congresso do Peru aprovou hoje [22] por maioria um acordo que declara o cidadão boliviano Evo Morales Ayma persona non grata no Peru.
Diante do anúncio, o ex-presidente boliviano respondeu dizendo que os dois países "são irmãos com laços históricos e inquebrantáveis de luta pela dignidade e soberania" e acrescentou que a "unidade e solidariedade" vêm antes do que é expresso pelo grupo de parlamentares. "Esperamos que não sejam [as declarações] fruto do racismo", acrescentou.
Bolivia y Perú son hermanos con lazos históricos e inquebrantables de lucha por dignidad y soberanía, p.ej. en tiempos de confederación Perú-Boliviana. Unidad y solidaridad están por encima de alguna declaración de un grupo de congresistas, esperamos que no sean parte del racismo
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) November 23, 2021
Bolívia e Peru são irmãos com laços históricos e inquebrantáveis de luta por dignidade e soberania, por exemplo, em tempos de confederação Peru-Boliviana. Unidade e solidariedade estão acima de qualquer afirmação de um grupo de parlamentares, esperamos que não seja fruto do racismo
Evo Morales e Peru
O líder boliviano entrou no país vizinho a pé no dia 26 de julho para assistir dois dias depois à posse do esquerdista como novo presidente e declarou que esteve em "contato permanente" com Castillo durante a campanha e que houve coincidências "políticas e programáticas".
Posteriormente, em agosto passado, o líder boliviano esteve na cidade peruana de Arequipa, onde participou do Primeiro Congresso Nacional da Juventude. A partir daí, manifestou seu acordo com a convocação de uma Assembleia Constituinte no país andino, que foi uma das promessas de campanha de Castillo. "É uma nova refundação do Peru, como foi feito na Bolívia", disse.