Protestos nas Ilhas Salomão: Fiji envia tropas e governo estende estado de emergência até março
© AP Photo / Piringi CharleyDetritos estão na rua em frente às lojas danificadas em Chinatown, Honiara, Ilhas Salomão, sexta-feira, 26 de novembro. A violência diminuiu na capital das Ilhas Salomão
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Três pessoas morreram e várias ficaram feridas em protestos massivos em Honiara, capital das Ilhas Salomão, que eclodiram na semana passada, exigindo a renúncia do primeiro-ministro Manasseh Sogavare.
O premiê, que está em seu quarto mandato, culpou potências estrangeiras pelos violentos protestos para derrubar seu governo.
Um total de 50 soldados fijianos serão enviados às Ilhas Salomão para manter a lei e a ordem após os mortais tumultos antigoverno, anunciou o primeiro-ministro fijiano, Frank Bainimarama, na segunda-feira (29).
Bainimarama disse que as tropas, lideradas pelo major Toni Keve, serão incorporadas à Força de Defesa Australiana presente no território para ajudar a Polícia das Ilhas Salomão a conter a revolta.
O primeiro-ministro disse que reforços estão sendo enviados "por preocupação com a segurança e o bem-estar de nossos irmãos e irmãs do Pacífico nas Ilhas Salomão", colocando mais 120 soldados de prontidão para poderem ser transferidos e ajudarem a manter a segurança em Honiara.
Papua-Nova Guiné também destacou 34 soldados para a nação insular do Pacífico.
O primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, fez um pedido direto de assistência ao governo australiano na quinta-feira (25), depois que manifestantes queimaram e destruíram casas e negócios em Honiara, principalmente em Chinatown.
No domingo (28), Sogavare reiterou que as violentas manifestações foram "orquestradas para me remover do cargo de primeiro-ministro por razões insubstanciais".
O premiê acabou estendendo o estado de emergência pública por mais quatro meses.
"Quero mostrar à nação que o governo está totalmente decidido e nada vai nos mover. Devemos e nunca vamos nos curvar às más intenções de algumas pessoas", disse Sogavare em um discurso transmitido à nação insular do Pacífico.
Pelo menos três mortes foram contabilizadas nesses três dias de protestos violentos, que incluíram a tentativa de incendiar a residência privada do primeiro-ministro. O governo já estima prejuízo na casa dos US$ 28 milhões (cerca de R$ 157 milhões) e a destruição de 1.000 postos de trabalho.
© AP Photo / Cpl. Brandon GreyNa foto, fornecida pelo Departamento de Defesa, um soldado do Exército australiano fala com cidadãos locais durante uma patrulha de engajamento comunitário em Honiara, Ilhas Salomão, sábado, 27 de novembro
Na foto, fornecida pelo Departamento de Defesa, um soldado do Exército australiano fala com cidadãos locais durante uma patrulha de engajamento comunitário em Honiara, Ilhas Salomão, sábado, 27 de novembro
© AP Photo / Cpl. Brandon Grey
Até o momento a situação parece ter sido estabilizada. Residentes e autoridades locais começaram as operações de limpeza com foco no distrito de Chinatown, duramente atingido.
O líder da oposição, Matthew Wale, aproveitou a situação para reforçar que "a trágica situação vai permanecer se não houver uma solução política, mesmo com forças estrangeiras dando suporte à Força Policial Real das Ilhas Salomão para recuperar o controle e manter a ordem em Honiara".