China acusa chefe do MI6 de divulgar 'fake news'
© AP Photo / Matt DunhamRichard Moore, chefe do Serviço de Inteligência Secreto do Reino Unido, também conhecido como MI6, responde a perguntas depois de fazer seu primeiro discurso público desde que se tornou o chefe da organização, no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres, terça-feira, 30 de novembro
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O chefe do serviço secreto de inteligência do Reino Unido (MI6 – sigla em inglês para Inteligência Militar, Sessão 6), Richard Moore, foi acusado pela embaixada chinesa em Londres de "propagar fake news" depois de ele ter afirmado que a China tem como alvo os países pobres com "armadilhas da dívida" e "armadilhas de dados".
O chefe do serviço secreto de inteligência do Reino Unido (MI6 – sigla em inglês para Inteligência Militar, Sessão 6), Richard Moore, foi acusado pela embaixada chinesa em Londres de "propagar fake news" depois de ele ter afirmado que a China tem como alvo os países pobres com "armadilhas da dívida" e "armadilhas de dados".
Por meio de um comunicado emitido na terça-feira (30), a Embaixada da China no Reino Unido rejeitou as acusações feitas contra Pequim de que o país asiático busca ativamente envolver as nações mais pobres em "armadilhas da dívida" e rouba dados estratégicos e valiosos desses países.
Segundo a embaixada, o chefe do Serviço Secreto de Inteligência (SIS, na sigla em inglês), Richard Moore, que fez os comentários, era culpado de "propagar fake news e inteligência falsa" sobre a China.
"A verdade é que não há um único país que tenha caído na chamada 'armadilha da dívida' como resultado de empréstimos da China", escreveu um porta-voz da embaixada, que acrescentou que a China não busca interferir nos assuntos internos de outros países, "nem impõe sua própria vontade aos outros ou busca quaisquer benefícios políticos".
A embaixada pressionou o Reino Unido a corrigir seus erros e "cessar seus ataques infundados contra a China".
Na terça-feira (30), em seu primeiro discurso público, o chefe da inteligência britânica acusou os serviços de inteligência da China de "operações de espionagem em grande escala" contra o Reino Unido e instou outras nações que desconfiem da suposta ameaça chinesa.
Moore alertou que as nações podem fornecer a Pequim uma porta dos fundos para roubar dados ao aceitar as soluções tecnológicas chinesas. Segundo ele, Pequim "coleta dados de todo o mundo" e, com o tempo, o acesso da China às informações de outros países erodirá suas soberanias.
Conhecido como "C", Moore disse ao programa Today da BBC Radio 4 que a China também está usando a política econômica para aumentar sua própria influência.
C afirmou que Pequim está usando empréstimos e dívidas para "adquirir portos importantes que têm potencial para se tornarem instalações navais". Um exemplo desta estratégia seria o porto de Hambantota, no Sri Lanka, que o entregou à China depois de dizer que não poderia arcar com a dívida dos empréstimos contraídos com Pequim para construí-lo.
O chefe do MI6 salientou que muitas das nações mais pobres contraíram dívidas consideráveis com a China. Segundo a mídia de Uganda, por exemplo, a China construiu a estrada mais cara do mundo, ligando as cidades de Entebbe e Kampala. Financiada por empréstimos chineses, a estrada teria custado US$ 9,2 milhões por quilômetro (cerca de R$ 52 milhões).
Refletindo a política das últimas duas décadas de "saída para o mundo" de Pequim, grande parte do trabalho negociado com esses países é realizado por empresas e mão de obra chinesas.