Cientistas apontam por que Sistema Solar se parece com 'croissant' (IMAGEM)
© Foto / Pixabay / CharlVeraSistema Solar (imagem referencial)
© Foto / Pixabay / CharlVera
Nos siga no
Pesquisadores estudaram como se formam os jatos da heliosfera do Sistema Solar e encontraram o "elo" que torna possível sua forma.
Cientistas descobriram a razão da heliosfera do Sistema Solar, que o protege da radiação cósmica, se parecer com um croissant, afirmam em comunicado cientistas da Universidade de Boston, EUA.
Com ajuda das sondas espaciais Voyager 1, Voyager 2 e New Horizons, astrônomos descobriram em 2020 que a heliosfera tem uma aparência de croissant, e os pesquisadores que participaram do estudo, recém-publicado na revista The Astrophysical Journal, examinaram os jatos heliosféricos, que emanam dos polos do Sol e se formam por interação do campo magnético solar com o campo magnético interestelar.
Como os outros jatos astrofísicos observados no espaço, os jatos do Sol são instáveis, o mesmo acontecendo com a heliosfera solar.
© Foto / Merav Opher / Sociedade Astronômica AmericanaNova simulação da heliosfera, a bolha magnética circundando o Sol, mostra que tem dois jatos relativamente curtos se afastando do nariz
Nova simulação da heliosfera, a bolha magnética circundando o Sol, mostra que tem dois jatos relativamente curtos se afastando do nariz
© Foto / Merav Opher / Sociedade Astronômica Americana
"Vemos estes jatos projetando como colunas irregulares, e [astrofísicos] têm se perguntado durante anos por que estas formas apresentam instabilidades", explica Merav Opher, astrofísica da Universidade de Boston, que liderou a equipe de pesquisa.
Os cientistas realizaram modelagem computacional e se focaram nos átomos de hidrogênio neutros, que não têm carga. Após os retirar do modelo, os jatos solares se tornaram estáveis.
"Quando os meti de volta, as coisas começaram a se dobrar, o eixo central começou abanando, e isso significa que algo dentro dos jatos heliosféricos está se tornando muito instável", relatou a astrofísica.
Opher e equipe apontam que tal ocorre devido à interação entre o hidrogênio neutro com a matéria ionizada da heliobainha, a região exterior da heliosfera, o que gera a instabilidade de Rayleigh-Taylor, que ocorre durante uma mistura de dois fluidos de diferentes densidades, na qual o fluido mais leve empurra o mais pesado. Isso, por sua vez, produz turbulência em larga escala nas caudas da heliosfera.
"Esta descoberta é realmente um grande avanço, nos colocou realmente na direção de descobrir por que nosso modelo tem sua forma distintiva de heliosfera em forma de croissant, e por que outros modelos não [o conseguem]", concluiu a acadêmica.