Brasil: BC eleva Selic para 9,25% e cita riscos da variante Ômicron
19:55 08.12.2021 (atualizado: 08:38 09.12.2021)
© Folhapress / Charles ShollFachada do endereço do Banco Central em São Paulo, em 14 de maio de 2018
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Nesta quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa Selic de 7,75% para 9,25% ao ano. A alta de 1,5% já era esperada pelo mercado financeiro.
Com a decisão, a taxa chegou ao sétimo aumento consecutivo e atingiu o maior patamar desde julho de 2017, quando estava em 10,25% ao ano.
Conforme os dados do boletim Focus, do BC, publicado na segunda-feira (6), a expectativa é que a trajetória de alta continue em 2022. Segundo o relatório que reúne analistas do mercado financeiro, a taxa deve chegar a 11,25% até o final do próximo ano.
Em nota divulgada pelo Copom, há uma preocupação em relação às regras fiscais estabelecidas no Brasil, o que estaria pressionando a inflação. Dessa forma, os membros do comitê acreditam que é necessário aumentar a taxa de juros.
"Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o comitê avalia que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevam o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mantendo a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico", diz o documento.
Conforme os dados do IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, está em 9,57% em 2021 e acumula alta de 10,73% nos últimos 12 meses – acima do centro da meta inflacionária do governo, de 3,75%. A inflação acumulada é a mais alta desde fevereiro de 2016.
© AP Photo / Eraldo PeresMinistro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, no Palácio do Planalto, 25 de outubro de 2021
Ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, no Palácio do Planalto, 25 de outubro de 2021
© AP Photo / Eraldo Peres
O Copom também sinalizou que deve aumentar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual já na próxima reunião, marcada para os dias 1º e 2 de fevereiro de 2022.
Além da inflação, o comitê citou a descoberta da variante Ômicron do vírus SARS-CoV-2 como um fator de risco para a economia mundial, tendo em vista a chegada do inverno no Hemisfério Norte e os riscos à recuperação das economias desenvolvidas.