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Bolsonaro 'pior presidente da história'? Especialista aponta motivos para resultado de pesquisa

© REUTERS / Ueslei MarcelinoO presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia em Brasília, no Brasil, no dia 1º de junho de 2021
O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia em Brasília, no Brasil, no dia 1º de junho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2021
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O presidente Jair Bolsonaro foi apontado como o pior presidente da história do país em levantamento do Datafolha, com Lula sendo escolhido o melhor de todos os tempos. Para entender o cenário, a Sputnik Brasil ouviu uma especialista sobre o derretimento do atual mandatário.
Enquanto um vê sua popularidade sendo corroída, o outro tem seu prestígio cada vez mais em alta. Desde o início do seu governo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, vem perdendo pontos nas pesquisas eleitorais e hoje conta com no máximo um quarto do eleitorado. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quase metade de apoio da população, já é apontado como grande favorito para o pleito de 2022.
Além das pesquisas eleitorais para o ano que vem, o instituto Datafolha divulgou também, na noite do último domingo (19), dados com a avaliação dos brasileiros sobre os melhores e os piores presidentes da história do país.
Segundo a pesquisa, publicada pela Folha de S.Paulo, Lula é visto como o melhor presidente que o Brasil já teve, com 51% das menções dos entrevistados. Bolsonaro foi citado por apenas 11% neste quesito.
Por outro lado, o atual presidente foi eleito como o pior da história: 48% o escolheram para este posto no ranking. Bolsonaro ficou 30 pontos percentuais à frente de Lula, que foi apontado por 18%, seguido por Fernando Collor (8%), Dilma Rousseff (7%), Fernando Henrique Cardoso e José Sarney (ambos com 2%).
Na lista dos melhores presidentes, depois de Lula e Bolsonaro, aparecem empatados FHC e Getúlio Vargas (1930-45 e 1951-54), mencionados por 4%.
Com margem de erro de dois pontos percentuais, a pesquisa foi realizada de 13 a 16 de dezembro, com 3.666 entrevistados, em 191 cidades.
© AFP 2023 / Evaristo SAO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala durante entrevista coletiva em Brasília, em 8 de outubro de 2021
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala durante entrevista coletiva em Brasília, em 8 de outubro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2021
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala durante entrevista coletiva em Brasília, em 8 de outubro de 2021
Para a cientista política Ariane Roder, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), são diversas as razões para a perda de força de Bolsonaro. A principal delas, em sua avaliação, é a má gestão da crise sanitária pelo governo federal.
A especialista cita o "grande negacionismo" e o "retardo na compra de vacinas" como decisivos para boa parte dos eleitores passarem a classificar o atual presidente como o pior da história.

"Outro fator é que o governo também tem gerado diversas crises institucionais, com conflitos abertos com o Congresso, com o STF [Supremo Tribunal Federal]... Isso tudo tem repercutido muito negativamente na imagem do presidente", disse Roder, destacando a "falta de habilidade" de Bolsonaro em lidar com a democracia e o sistema republicano de contrapesos.

Segundo a professora da UFRJ, além da crise sanitária e dos conflitos institucionais, o presidente também perdeu apoio devido ao isolamento internacional e a posicionamentos contrários à agenda ambiental.
Ela afirma que seus "discursos vão no contrafluxo internacional e desgastaram as relações diplomáticas relevantes construídas historicamente pelo país, reverberando de forma negativa no ambiente nacional".
Roder ressalta ainda que Bolsonaro deixou de cumprir promessas da campanha de 2018, como a agenda de reformas econômicas, perdendo a confiança da parcela do eleitorado que acreditava em um governo mais liberal.

"A própria agenda anticorrupção, que, além de não ter avançado, vem sofrendo retrocessos, principalmente envolvendo nomes da família Bolsonaro. O diálogo com o centrão e a construção de alianças têm reforçado os aspectos da política tradicional. Ou seja, bem distinto daquilo que ele tinha prometido na campanha, que era governar por meio de uma 'nova política'", lembrou a especialista.

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Pesquisa de intenção de voto

A última pesquisa do Datafolha sobre intenções de voto, divulgada na quinta-feira (16), apontou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 48% da preferência. Com esse patamar, o petista venceria a disputa já no 1º turno, já que ele teria mais votos que a soma de todos os seus concorrentes.
O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), é o segundo colocado na pesquisa, com 22% das intenções de voto. Na sequência, aparecem o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 9%, Ciro Gomes (PDT), com 7%, e João Doria (PSDB), com 4%.
Em um segundo cenário levantado pelo Datafolha, com mais candidatos, Lula tem 47%, à frente de Bolsonaro, com 21%, e de Moro, com 9%. Ciro continuou com 7%, João Doria (PSDB) foi para 3% e Simone Tebet (MDB) e Rodrigo Pacheco (PSD) ficaram com 1%. Alessandro Vieira (Cidadania), Felipe d'Avila (Novo) e Aldo Rebelo (sem partido) não pontuaram.
O cenário trazido pela pesquisa do Ipec, divulgada no dia 14 de dezembro, é bem parecido. O levantamento aponta que Lula tem 48%, seguido por Bolsonaro, com 21%.
Os demais candidatos aparecem bem atrás: Sergio Moro (6%); Ciro Gomes (5%); André Janones (2%); João Doria (2%); Cabo Daciolo (1%) e Simone Tebet (1%).
Em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), posa com apoiadores e funcionários de um restaurante após jantar com políticos, incluindo o ex-governador paulista, Geraldo Alckmin (sem partido), em 19 de dezembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2021
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