Submarino soviético 'quase colidiu' com guarda costeira da Noruega na Guerra Fria, diz mídia

© Foto / Svch433Submarino soviético K-433 da classe Delta-III
Submarino soviético K-433 da classe Delta-III - Sputnik Brasil, 1920, 29.12.2021
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Embora o escritor norueguês Per Eliassen tenha chamado o episódio do submarino de "provavelmente único na história naval norueguesa", nenhum avistamento de submarinos soviéticos ao longo da costa foi confirmado pelas autoridades do país nórdico.
No auge da Guerra Fria, um submarino soviético foi descoberto perto da costa da Noruega e estaria supostamente perto de colidir com um navio da Guarda Costeira, afirmou a emissora nacional NRK.
O incidente envolvendo o navio de vigilância KNM Nordkapp, anteriormente um barco baleeiro, supostamente ocorreu em 1961 perto da ilha de Soroya no condado de Finnmark, no extremo norte da Noruega.
De acordo com a NRK, o submarino veio à superfície a apenas 50 metros do navio, chocando a todos na ponte.
"Tivemos de colocar o leme todo para bombordo para não colidirmos, porque estávamos muito perto", disse Frits Jensen, 85 anos, então membro da tripulação do Nordkapp, à NRK.
De acordo com Jensen, quatro pessoas eram visíveis na torre do submarino. Ele tentou contatá-los, mas eles não responderam. No final das contas, o navio norueguês seguiu o submarino soviético até as águas internacionais por três horas, disse Jensen, acrescentando que estava equipado com torpedos na proa e na popa.
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O submarino encontrado em Soroya sem dúvida pertencia à classe Whisky, de acordo com Jensen. Este é um termo genérico para vários projetos de submarinos soviéticos construídos na década de 1950 durante os primeiros anos da Guerra Fria. A propósito, era do mesmo tipo o submarino que encalhou em Karlskrona, na Suécia, em 1981, em um dos episódios mais famosos da Guerra Fria e às vezes referido como "Whisky on the Rocks" (do inglês, "whisky com gelo").
O escritor Per Eliassen, autor do livro "The Coast Guard: Police and Samaritan" ("A Guarda Costeira: Polícia e Samaritano", em português), sugeriu que o incidente de Finnmark é "provavelmente único na história naval norueguesa". Durante a Guerra Fria, muitas observações foram relatadas por pessoas que pensaram ter visto submarinos soviéticos ao longo da costa. No entanto, esses avistamentos nunca foram confirmados pelas autoridades norueguesas, que em 1972 empreenderam uma caça ao submarino de 16 dias sem sucesso em Sognefjord.
Jensen também lembrou que havia cargas de profundidade a bordo do Nordkapp, aventando que os soviéticos temeriam que estas pudessem ser usadas.
De acordo com o ex-oficial da Marinha Jacob Borresen, contudo, a Noruega tinha "regras muito estritas e públicas" para o uso de armas e nunca teve a intenção de afundar submarinos. Em vez disso, ele sugeriu que o submarino soviético teria tido dificuldades técnicas.
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Cerca de 50 anos depois, apenas as descrições de testemunhas oculares estão disponíveis. De acordo com Jensen, elas enviaram as fotos e filmes que haviam gravado para as Forças Armadas norueguesas, sem ficarem com cópias.
Durante a fase preparatória do livro, o autor Per Eliassen descobriu que os diários de bordo do Nordkapp também não estavam mais disponíveis.
Nos últimos anos, "avistamentos" de submarinos russos se tornaram mais comuns na Escandinávia novamente, em meio ao acirramento das relações e tensões gerais entre a Rússia e o Ocidente. Indiscutivelmente, o exemplo mais notório é a busca dolorosamente ineficaz e embaraçosamente malsucedida de 2014 no arquipélago de Estocolmo, onde os militares suecos alegaram pela primeira vez evidências "inequívocas" de violação e lançaram uma operação de semanas de duração, para produzir nada além de imagens granuladas feitas por curiosos.
Incidentalmente, submarinos russos foram novamente apontados como os prováveis culpados no misterioso caso envolvendo dez toneladas e quatro quilômetros de cabos subaquáticos que desapareceram das águas norueguesas no início deste ano.
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