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China representa risco para política antitruste apesar das contramedidas dos EUA, diz mídia

© REUTERS / Florence LoBandeiras dos EUA e da China
Bandeiras dos EUA e da China - Sputnik Brasil, 1920, 30.12.2021
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Com objetivo de deixar a China de fora do mercado americano alterando as regras para fusões de empresas, governo Biden arrisca dar um presente à Pequim.
Segundo a agência de notícias Reuters, a política de revisão de fusões sob o antecessor de Biden, Donald Trump, foi reaproveitada para essencialmente cortar as aquisições chinesas de empresas americanas em uma série de setores, de semicondutores a aeroespacial e até hotéis em locais sensíveis.
Para poder bloquear negócios sem explicação pública, o Comitê de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos ganhou um mandato ampliado, incluindo novos poderes para bloquear investimentos minoritários.
Desde 2017, o volume total de negócios dos EUA com compradores chineses vem caindo, até um total de cerca de 60%, de acordo com a Dealogic, entregando apenas US$ 5 bilhões (cerca de R$ 28 bilhões) em 2021, quando as negociações mundiais bateram recordes em transações.
As autoridades antitruste também estão tentando restringir os negócios domésticos a todo custo. O risco, no entanto, é que ao fazer isso, impeçam as empresas americanas de competir com rivais estrangeiras.
Em Pequim, representantes do Ministério do Comércio da China participam de uma coletiva de imprensa, em 30 de dezembro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 17.12.2021
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A indústria aeroespacial e de defesa correm risco especial neste sentido. Um exemplo é a oferta da Lockheed Martin para adquirir a fabricante de foguetes Aerojet Rocketdyne. O negócio de US$ 4,4 bilhões (aproximadamente R$ 24.554 bilhões) foi fechado em 2020, mas os reguladores não vão opinar se ele pode prosseguir até 2022. Com isto, o chefe da Lockheed, James Taiclet, alertou que o atraso coloca a China em vantagem, dizendo que as preocupações antitruste são "diminuídas" pelo custo de manutenção ofertas de volta.
O precedente para a argumentação de Taiclet remete ao caso da Northrop Grumman Corporation que comprou a fabricante de mísseis Orbital ATK, em 2017, por US$ 9,2 bilhões (cerca de R$51.326 bilhões). Na ocasião, a Comissão Federal de Comércio (FTC na sigla em inglês) aprovou o negócio apesar das dúvidas, a fim de preservar "benefícios" para o Departamento de Defesa - que pode preferir um fornecedor mais forte a um mercado mais fragmentado.
O Departamento também está envolvido na revisão dos planos da Lockheed, trabalhando ao lado da FTC que agora é dirigida por uma cética declarada em relação a fusões e indicada por Biden, Lina Khan.
Em 2022, a tendência é que a postura transborde para outros setores cujos executivos almejem crescimento, e nos quais, a China, ou é concorrente, ou elemento disruptivo.
Mesmo setores como petróleo e gás poderiam considerar que permitir a fusão de empresas é um dever patriótico. Se a festa de fusões e aquisições continuar, podemos esperar que a China seja aquele vizinho que não foi convidado, sentado à mesa.
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