https://noticiabrasil.net.br/20220110/economista-evasao-escolar-na-pandemia-prejudica-jovens-pobres-e-ameaca-futuro-do-brasil-20981521.html
Economista: evasão escolar na pandemia prejudica jovens pobres e ameaça futuro do Brasil
Economista: evasão escolar na pandemia prejudica jovens pobres e ameaça futuro do Brasil
Sputnik Brasil
Em meio às consequências da pandemia da COVID-19, cresce a evasão escolar entre os jovens de famílias de baixa renda. Para discutir os impactos dessa situação... 10.01.2022, Sputnik Brasil
2022-01-10T20:01-0300
2022-01-10T20:01-0300
2022-01-11T07:15-0300
propagação e combate à covid-19
ibge
ibmec
américas
economia
exclusiva
covid-19
brasil
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e6/01/0a/20981195_0:0:3072:1728_1920x0_80_0_0_caae0de59d2ed5b3ff4629645bc634db.jpg
Conforme dados da 2ª Pesquisa G02Mob/FirstCom Pós-Vacina COVID-19, o número de famílias das classes C e D que afirmam que seus filhos pararam ou pretendem parar de estudar para ajudar nas despesas domésticas cresceu de forma significativa durante a pandemia.Nessa situação estão 43% das pessoas que responderam o questionário da pesquisa, sendo que a primeira edição do levantamento identificou 31% dos entrevistados sob risco de evasão escolar, em março de 2021. A pesquisa mais recente ouviu de forma remota 4.520 pessoas das classes C e D de todas as unidades federativas do país, entre 1º de outubro e 30 de setembro do ano passado.Segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a classe D corresponde às famílias com renda entre dois e quatro salários mínimos, enquanto a classe C engloba as famílias com renda entre quatro e dez salários mínimos. De acordo com a mais recente atualização do governo federal, o salário mínimo brasileiro é de R$ 1,212,00.Essa é uma situação preocupante que pode aumentar a desigualdade social e minar o desenvolvimento do país. É o que aponta a economista Vivian Almeida, professora do Ibmec, que destaca que diante da crescente exigência de especialização no mercado de trabalho, o afastamento dos jovens das escolas e do "fluxo contínuo de adquirir conhecimento" é um problema sério que compromete a criatividade do país como um todo.Almeida destaca que o período da pandemia mostrou a necessidade de formação em tecnologia, dado que cresceu o uso de ferramentas digitais e de modalidades como o teletrabalho. Com o problema educacional gerado pela pandemia, uma das questões levantadas é a formação de profissionais qualificados para esses setores.A pesquisadora ressalta que a necessidade inicial de fechar as salas de aula foi importante para conter o avanço do novo coronavírus, mas as consequências dessa medida de emergência devem ser enfrentadas. Além do impacto no aprendizado, Almeida destaca a força da desigualdade social nesse processo.A desigualdade social durante o afastamento das salas de aula colocou as crianças pobres em uma situação ainda mais delicada. Esse cenário, acredita a pesquisadora, é mais um desafio a ser levado em conta, visto que o acesso a computadores e smartphones de melhor qualidade durante a pandemia colocou estudantes com maior renda familiar em uma situação bastante privilegiada em termos educacionais.Políticas para reverter o cenário são conhecidasSegundo a economista do Ibmec Vivian Almeida, há conhecimento acumulado suficiente para a implementação de políticas públicas que possam reverter os efeitos da pandemia sobre o aprendizado no Brasil. Entre as possibilidades, Almeida destaca o investimento na primeira infância.Além do investimento nessa faixa etária, de olho nas gerações futuras, a professora também aponta que medidas imediatas podem ser implementadas, tais como políticas de permanência da criança e do adolescente na escola, além de programas de capacitação e inclusão. Segundo Almeida essas políticas são fundamentais para retomar a produtividade e os investimentos.
brasil
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2022
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e6/01/0a/20981195_341:0:3072:2048_1920x0_80_0_0_74dde30a8e835e23e798d68356dfc0cd.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
ibge, ibmec, américas, economia, exclusiva, covid-19, brasil
ibge, ibmec, américas, economia, exclusiva, covid-19, brasil
Economista: evasão escolar na pandemia prejudica jovens pobres e ameaça futuro do Brasil
20:01 10.01.2022 (atualizado: 07:15 11.01.2022) Especiais
Em meio às consequências da pandemia da COVID-19, cresce a evasão escolar entre os jovens de famílias de baixa renda. Para discutir os impactos dessa situação, a Sputnik Brasil conversou com a economista Vivian Almeida, do Ibmec, que apontou políticas que podem mudar o cenário que ameaça o futuro do país.
Conforme dados da 2ª Pesquisa G02Mob/FirstCom Pós-Vacina COVID-19, o número de famílias das classes C e D que afirmam que seus filhos pararam ou pretendem parar de estudar para ajudar nas despesas domésticas cresceu de forma significativa durante a pandemia.
Nessa situação estão 43% das pessoas que responderam o questionário da pesquisa, sendo que a primeira edição do levantamento identificou 31% dos entrevistados sob risco de evasão escolar, em março de 2021. A pesquisa mais recente ouviu de forma remota 4.520 pessoas das classes C e D de todas as unidades federativas do país, entre 1º de outubro e 30 de setembro do ano passado.
Segundo a
classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a classe D corresponde às famílias com renda entre dois e quatro salários mínimos, enquanto a classe C engloba as famílias com renda entre quatro e dez salários mínimos. De acordo com a mais recente
atualização do governo federal, o salário mínimo brasileiro é de R$ 1,212,00.
Essa é uma situação preocupante que pode
aumentar a desigualdade social e minar o
desenvolvimento do país. É o que aponta a economista Vivian Almeida, professora do Ibmec, que destaca que diante da
crescente exigência de especialização no mercado de trabalho, o afastamento dos jovens das escolas e do "fluxo contínuo de adquirir conhecimento" é um problema sério que compromete a criatividade do país como um todo.
"É extremamente preocupante como esse jovem vai entrar no mercado de trabalho ou se manter no mercado de trabalho, e quais são as potencialidades desses jovens que pretendem evadir", avalia a economista em entrevista à Sputnik Brasil.
Almeida destaca que o período da pandemia mostrou a necessidade de formação em tecnologia, dado que cresceu o uso de
ferramentas digitais e de modalidades como o teletrabalho. Com o
problema educacional gerado pela pandemia, uma das questões levantadas é a formação de profissionais qualificados para esses setores.
"O denominador de geração de capital humano está menor, então o nosso potencial produtivo no futuro também está menor. A gente está contratando um futuro menos auspicioso do que poderíamos ter", lamenta.
A pesquisadora ressalta que a necessidade inicial de fechar as salas de aula foi importante para conter o avanço do novo coronavírus, mas as consequências dessa medida de emergência devem ser enfrentadas. Além do impacto no aprendizado, Almeida destaca a força da desigualdade social nesse processo.
"Essa interrupção faz com que a volta não se dê aonde parou, é necessário um tempo para que se possa retornar [ao fluxo de aprendizado]. Então sem dúvidas há impacto em termos de aprendizado. Além disso, a pandemia escancarou as múltiplas desigualdades que a gente vive no nosso país", aponta.
A desigualdade social durante o afastamento das salas de aula colocou as crianças pobres em uma situação ainda mais delicada. Esse cenário, acredita a pesquisadora, é mais um desafio a ser levado em conta, visto que o acesso a computadores e smartphones de melhor qualidade durante a pandemia colocou estudantes com maior renda familiar em uma situação bastante privilegiada em termos educacionais.
"As pessoas precisam sobreviver. À medida que essas barreiras forem ficando maiores, mais intransponíveis e os custos dessa retomada individualmente forem maiores, a gente vai deixando essas crianças para trás", ressalta.
Políticas para reverter o cenário são conhecidas
Segundo a economista do Ibmec Vivian Almeida, há conhecimento acumulado suficiente para a
implementação de políticas públicas que possam
reverter os efeitos da pandemia sobre o aprendizado no Brasil. Entre as possibilidades, Almeida destaca o investimento na primeira infância.
"Se você consegue investir na primeira infância agora, o retorno que você tem em termos individuais e sociais é tão grande que ele vai sendo recuperado e gerando retorno positivo ao longo de gerações", explica.
Além do investimento nessa faixa etária, de olho nas gerações futuras, a professora também aponta que medidas imediatas podem ser implementadas, tais como políticas de permanência da criança e do adolescente na escola, além de programas de capacitação e inclusão. Segundo Almeida essas políticas são fundamentais para retomar a produtividade e os investimentos.
"De alguma forma a gente tem políticas ao longo do processo educacional que já estão muito conhecidas, muito consolidadas na literatura nacional e internacional, que permitem que a gente possa vislumbrar uma saída para essa crise que vivemos nos últimos anos", conclui.