https://noticiabrasil.net.br/20220113/estudos-reforcam-hipotese-de-que-o-mar-da-america-central-inundou-a-amazonia-ha-23-milhoes-de-anos-21010518.html
Estudos reforçam hipótese de que o mar da América Central inundou a Amazônia há 23 milhões de anos
Estudos reforçam hipótese de que o mar da América Central inundou a Amazônia há 23 milhões de anos
Sputnik Brasil
Ancestrais do maior golfinho conhecido de água doce, o boto-cor-de rosa, seriam originários do Caribe e teriam chegado à Amazônia durante o Mioceno. 13.01.2022, Sputnik Brasil
2022-01-13T01:34-0300
2022-01-13T01:34-0300
2022-01-13T02:27-0300
ciência e sociedade
ciência e tecnologia
peru
colômbia
arqueologia
américa do sul
floresta amazônica
serviço geológico do brasil
geologia
fauna brasileira
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/1532/79/15327913_0:222:2363:1551_1920x0_80_0_0_b9a2c857ccfd0e04990cfc1794e699e7.jpg
De acordo com um estudo publicado na Science Direct, o mar da América Central "invadiu" o noroeste da Amazônia entre 23 e 5,3 milhões de anos atrás, durante a época geológica denominada Mioceno. A teoria dos cientistas brasileiros é a de que o fenômeno deve ter influenciado a formação da atual fauna e flora amazônica. O estudo defende a hipótese de que essas infiltrações marinhas teriam sido em maior número ou mais intensas do que indica boa parte da literatura científica. A publicação foi conduzida por Carlos D’Apolito Júnior, Silane Caminha e Bruno Espinosa. A teoria é amparada por dados produzidos a partir da análise de grãos de pólen obtidos de um poço perfurado pelo Serviço Geológico do Brasil no município amazonense de Atalaia do Norte, perto da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. A uma profundidade de 34 metros abaixo da superfície, quase 20% dos 374 microfósseis orgânicos estudados eram provenientes de algas do plâncton marinho, um indício de que a água salina do mar um dia penetrou naquela região. A camada geológica de onde provêm as amostras é a menos profunda da Amazônia em que foram encontradas evidências de seres de origem marinha. Sua idade é estimada entre 11 e 10 milhões de anos atrás.A descoberta de resquícios de um ambiente marinho dessa idade em uma área hoje tomada pela floresta densa pode indicar que a parte ocidental da Amazônia foi realmente invadida mais do que duas vezes pelo mar do Caribe. Há razoável consenso de que houve uma primeira incursão, entre 23 e 16 milhões de anos atrás, e uma segunda, entre 16 e 11,6 milhões de anos, sendo que cada um desses dois episódios marcados pela entrada de água marinha teria durado entre 400 e 300 mil anos. Durante o Mioceno, parte do noroeste da Amazônia era tomada por um grande pântano, o chamado sistema ou lago Pebas, uma área alagada 20 vezes maior do que o atual pantanal mato-grossense que se estendia por terras do Brasil, Peru e Colômbia.Compreender a dinâmica das incursões marinhas é fundamental para avançar no conhecimento dos processos históricos que formaram a alta biodiversidade da Amazônia.
peru
colômbia
américa do sul
floresta amazônica
brasil
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2022
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/1532/79/15327913_0:0:2363:1772_1920x0_80_0_0_fe2c6e1a3863443b25d70bcdd969feee.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
ciência e tecnologia, peru, colômbia, arqueologia, américa do sul, floresta amazônica, serviço geológico do brasil, geologia, fauna brasileira, biodiversidade, fósseis, floresta, américas, animais marinhos, flora, amazônia, brasil
ciência e tecnologia, peru, colômbia, arqueologia, américa do sul, floresta amazônica, serviço geológico do brasil, geologia, fauna brasileira, biodiversidade, fósseis, floresta, américas, animais marinhos, flora, amazônia, brasil
Estudos reforçam hipótese de que o mar da América Central inundou a Amazônia há 23 milhões de anos
01:34 13.01.2022 (atualizado: 02:27 13.01.2022) Ancestrais do maior golfinho conhecido de água doce, o boto-cor-de rosa, seriam originários do Caribe e teriam chegado à Amazônia durante o Mioceno.
De acordo com um estudo
publicado na Science Direct, o mar da América Central "invadiu" o noroeste da Amazônia entre
23 e 5,3 milhões de anos atrás, durante a época geológica denominada Mioceno.
A teoria dos cientistas brasileiros é a de que
o fenômeno deve ter influenciado a formação da atual fauna e flora amazônica. O estudo defende a hipótese de que essas infiltrações marinhas teriam sido
em maior número ou mais intensas do que indica boa parte da literatura científica.
A publicação foi conduzida por Carlos D’Apolito Júnior, Silane Caminha e Bruno Espinosa. A teoria é amparada por dados produzidos a partir da análise de grãos de pólen obtidos de um poço perfurado pelo Serviço Geológico do Brasil no município amazonense de Atalaia do Norte, perto da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.
A uma profundidade de 34 metros abaixo da superfície, quase 20% dos 374 microfósseis orgânicos estudados eram provenientes de algas do plâncton marinho, um indício de que a água salina do mar um dia penetrou naquela região.
A camada geológica de onde
provêm as amostras é a menos profunda da Amazônia em que foram encontradas evidências de seres de origem marinha. Sua idade é estimada entre
11 e 10 milhões de anos atrás.
A descoberta de resquícios de um ambiente marinho dessa idade em uma área hoje tomada pela floresta densa pode indicar que a parte ocidental da Amazônia foi realmente invadida mais do que duas vezes pelo mar do Caribe.
Há razoável consenso de que houve uma primeira incursão,
entre 23 e 16 milhões de anos atrás, e uma segunda, entre 16 e 11,6 milhões de anos, sendo que cada um desses dois episódios
marcados pela entrada de água marinha teria durado
entre 400 e 300 mil anos.
Durante o Mioceno, parte do noroeste da Amazônia era tomada por um grande pântano, o chamado sistema ou lago Pebas, uma área alagada 20 vezes maior do que o atual pantanal mato-grossense que se estendia por terras do Brasil, Peru e Colômbia.
Compreender a dinâmica das incursões marinhas é fundamental para avançar no conhecimento dos processos históricos que formaram a alta biodiversidade da Amazônia.