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Descobertos na Mesopotâmia restos de animais criados por 'bioengenharia' há milhares de anos (FOTOS)
Descobertos na Mesopotâmia restos de animais criados por 'bioengenharia' há milhares de anos (FOTOS)
Sputnik Brasil
Pesquisadores estudaram o genoma de asnos selvagens e domesticados, e identificaram quem eram os chamados kungas dos manuscritos mesopotâmicos de há 4.500... 16.01.2022, Sputnik Brasil
2022-01-16T01:23-0300
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Os habitantes da Mesopotâmia usavam híbridos de asnos domésticos e selvagens para puxar suas carroças de guerra, acreditam os cientistas, que analisaram os genomas de asnos selvagens.A pesquisa revelou que os kungas, animais descritos há 4.500 anos como puxando as carroças de guerra, eram uma mistura de asnos selvagens e asnos domesticados sírios, indica o portal Live Science em matéria publicada nesta sexta-feira (14). Seus ossos foram encontrados em um complexo funerário da aristocracia em Tell Umm el-Marra, Síria, datado de entre 3000 a.C. e 2000 a.C..Os kungas eram mencionados em registros da época como animais valiosos, provavelmente devido ao difícil processo de criação, teoriza Eva-Maria Geigl, especialista em genética do Instituto Jacques Monod em Paris, França, e coautora do estudo publicado na revista Science Advances.Isso, explica, acontecia devido à sua esterilidade, o que obrigava a capturar asnos selvagens machos, que eram mais rápidos que os asnos domesticados e até os kungas, e impossíveis de domar. Depois disso era necessário os cruzar com uma fêmea domesticada."Eles realmente fizeram bioengenharia com esses híbridos. Estes animais foram os primeiros híbridos de todos os tempos, segundo sabemos, e eles tiveram que fazer isso com cada kunga que foi produzido, o que explica por que eram tão valiosos", constatou a cientista.O último asno selvagem morreu em 1927 no Tiergarten Schonbrunn, em Viena, Áustria, o mais antigo zoo do mundo, tornando a espécie extinta. Os autores do estudo compararam seu genoma com o de um asno selvagem desenterrado em Gobekli Tepe, hoje Turquia, e descobriram que ambos eram da mesma espécie.No entanto, o último espécime que sobreviveu era muito menor, sugerindo que ao longo de milhares de anos os asnos selvagens “encolheram” em tamanho, provavelmente devido à caça.Os historiadores acreditam que os sumérios começaram a criar os kungas antes de 2500 a.C., pelo menos 500 anos antes de os primeiros cavalos domesticados terem sido introduzidos a partir da estepe a norte das montanhas do Cáucaso, segundo um estudo de 2020.Os kungas conseguiam correr mais rápido que os cavalos, pelo que é provável que a prática de os usar para puxar as carroças de guerra continuou após a introdução de cavalos domesticados na Mesopotâmia, disse Geigl, que acrescentou que a maior facilidade de criar cavalos deve ter levado desinteresse posterior em fazer o mesmo com asnos híbridos.
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Descobertos na Mesopotâmia restos de animais criados por 'bioengenharia' há milhares de anos (FOTOS)
Pesquisadores estudaram o genoma de asnos selvagens e domesticados, e identificaram quem eram os chamados kungas dos manuscritos mesopotâmicos de há 4.500 anos.
Os habitantes da Mesopotâmia usavam híbridos de asnos domésticos e selvagens para puxar suas carroças de guerra, acreditam os cientistas, que analisaram os genomas de asnos selvagens.
A pesquisa revelou que os kungas, animais descritos há 4.500 anos como puxando as carroças de guerra, eram uma mistura de asnos selvagens e asnos domesticados sírios,
indica o portal Live Science em matéria publicada nesta sexta-feira (14).
Seus ossos foram encontrados em um complexo funerário da aristocracia em Tell Umm el-Marra, Síria, datado de entre 3000 a.C. e 2000 a.C..
Os kungas eram mencionados em registros da época como animais valiosos, provavelmente
devido ao difícil processo de criação, teoriza Eva-Maria Geigl, especialista em genética do Instituto Jacques Monod em Paris, França, e coautora do estudo
publicado na revista Science Advances.
Isso, explica, acontecia devido à sua esterilidade, o que obrigava a capturar asnos selvagens machos, que eram mais rápidos que os asnos domesticados e até os kungas, e impossíveis de domar. Depois disso era necessário os cruzar com uma fêmea domesticada.
"Eles realmente fizeram bioengenharia com esses híbridos.
Estes animais foram os primeiros híbridos de todos os tempos, segundo sabemos, e eles tiveram que fazer isso com cada kunga que foi produzido, o que explica por que eram tão valiosos", constatou a cientista.
O último asno selvagem morreu em 1927 no Tiergarten Schonbrunn, em Viena, Áustria, o mais antigo zoo do mundo, tornando a espécie extinta. Os autores do estudo compararam seu genoma com o de um asno selvagem desenterrado em Gobekli Tepe, hoje Turquia, e descobriram que ambos eram da mesma espécie.
No entanto, o último espécime que sobreviveu era muito menor, sugerindo que ao longo de milhares de anos os asnos selvagens “encolheram” em tamanho, provavelmente devido à caça.
Os historiadores acreditam que os sumérios começaram a criar os kungas antes de 2500 a.C., pelo menos 500 anos antes de os primeiros cavalos domesticados terem sido introduzidos a partir da estepe a norte das montanhas do Cáucaso,
segundo um estudo de 2020.
Os kungas conseguiam correr mais rápido que os cavalos, pelo que é provável que a prática de os usar
para puxar as carroças de guerra continuou após a introdução de cavalos domesticados na Mesopotâmia, disse Geigl, que acrescentou que a maior facilidade de criar cavalos deve ter levado desinteresse posterior em fazer o mesmo com asnos híbridos.