Por que Pentágono declara não ter planos para alcançar Rússia na área de armas hipersônicas?
© Sputnik / Serviço de Imprensa do Ministério da Defesa da Rússia / Acessar o banco de imagensFragata Admiral Gorshkov realiza disparo de míssil hipersônico Tsirkon
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Subsecretária de Defesa para Pesquisa e Engenharia dos EUA, Heidi Shyu, disse que o país não tem planos para alcançar a Rússia e a China no desenvolvimento de armas hipersônicas porque acredita que a corrida neste âmbito é uma "abordagem perdedora".
Ela esclareceu que neste caso não é uma questão de dificuldade de desenvolver tais armas, mas a racionalidade de participar de uma corrida para desenvolvê-las.
"Não estou interessada em participar de uma corrida com China ou Rússia. A corrida […] é quando você tem 1.000 mísseis, então eu preciso de 1.000 mísseis. É uma abordagem perdedora", disse subsecretária do Pentágono em um evento on-line.
Ela salientou ainda que as armas hipersônicas permanecem uma área prioritária para os EUA. No entanto, Shyu se recusou a revelar se Washington estava desenvolvendo sistemas de interceptação de armas hipersônicas.
"Infelizmente, tudo isso se refere a uma área classificada", observou.
Vários especialistas consideram que os EUA se encontram pela primeira vez em uma posição de atraso no desenvolvimento da defesa, o que permitiu que a Rússia e a China avançassem muito na tecnologia hipersônica.
Analistas do portal militar e político dos EUA The National Interest afirmaram que, apesar de todos os esforços e injeções financeiras, Washington continua sofrendo unicamente retrocessos neste domínio, sabendo que as armas hipersônicas são uma das seis tecnologias emergentes e, segundo o Pentágono, poderiam determinar o resultado de futuros conflitos.
"Atualmente, os EUA estão destinando esforços e recursos significativos para alcançar a Rússia e a China na área do hipersom. Washington está desenvolvendo vários programas ao mesmo tempo que, no entanto, progridem com diferentes níveis de sucesso. Mas, em geral, os americanos estão em uma posição de alcançante, uma vez que começaram tarde a trabalhar nisso", disse em entrevista à RT o especialista militar Vasily Kashin, pesquisador sênior na Escola Superior de Economia da Rússia.
Entendendo seu atraso, em fevereiro do ano passado o Pentágono tinha anunciado a criação de uma estratégia global para acelerar o desenvolvimento e implantação de armas hipersônicas, bem como de meios de proteção contra tais armas.
No entanto, a tecnologia para combater as armas hipersônicas é bastante cara e difícil de aplicar, desta forma os EUA precisariam de pelo menos mais cinco anos para alcançar os níveis da Rússia e da China, opina especialista militar Yuri Knutov.
"Ao mesmo tempo estão sendo desenvolvidas estações de radar de detecção de mísseis hipersônicos e criados novos interceptadores, mas este trabalho está em uma fase inicial, e acho que até que as armas sejam aceitas no serviço vão passar entre três a cinco anos, mas durante esse tempo Moscou terá sistemas hipersônicos ainda mais novos e sofisticados. Nesta questão o Pentágono não tem nada para se gabar, por isso ele tenta encobrir os seus fracassos, alegando que seu desenvolvimento é classificado", observou.
Em dezembro, a Força Aérea dos EUA falhou pela terceira vez um teste de lançamento do míssil hipersônico AGM-183A do programa Arma de Resposta Rápida de Lançamento Aéreo (ARRW, na sigla em inglês). O míssil deveria ter sido lançado por um bombardeiro estratégico B-52H, mas o processo de lançamento foi interrompido.