MRE da Ucrânia convoca embaixadora alemã para expressar decepção sobre o não envio de armas à Kiev
© AP Photo / Alex BrandonO ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, fala durante encontro com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken no Ministério das Relações Exteriores, em Kiev, Ucrânia, quarta-feira, 19 de janeiro de 2022
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O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou neste sábado (22) a embaixadora alemã em Kiev, Anka Feldguzen, para expressar decepção com a posição de Berlim sobre o não fornecimento de armas letais à Ucrânia.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou neste sábado (22) a embaixadora alemã em Kiev, Anka Feldguzen, para expressar decepção com a posição de Berlim sobre o não fornecimento de armas letais à Ucrânia e as observações de um alto oficial militar alemão sobre a Crimeia.
No início do dia, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, disse que as recentes declarações da Alemanha sobre a impossibilidade de transferir armas de defesa para a Ucrânia, a futilidade de retornar a Crimeia e as dúvidas sobre a desconexão da Rússia da Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Internacionais (SWIFT, na sigla em inglês) não correspondem ao nível das relações bilaterais.
"A embaixadora da República Federal da Alemanha na Ucrânia, Anka Feldguzen foi convocada ao Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia. Apontamos a inaceitabilidade categórica das declarações do chefe da marinha alemã, vice-almirante Kay-Achim Schonbach, em particular que a Crimeia nunca mais retornará à Ucrânia e que nosso Estado não pode atender aos critérios de adesão à OTAN. Também expressamos profunda decepção com a posição do governo alemão sobre o fracasso em fornecer armas de defesa à Ucrânia", disse o ministério em comunicado.
O ministério também expressou esperança de que a Alemanha mostre uma posição mais proativa no apoio à Ucrânia e no fortalecimento da capacidade de defesa do país "diante da ameaça de uma invasão russa em larga escala".
As alegações ucranianas de que a Rússia concentram dezenas de milhares de tropas em sua fronteira, aumentam os temores de que um conflito possa eclodir na Europa, embora Moscou tenha negado reiteradamente qualquer intenção de invadir o território ucraniano ou partir para uma solução diferente de acertos diplomáticos.
Entenda o caso
Ao contrário dos EUA, Reino Unido, Polônia e outros aliados, o governo alemão se recusou a exportar armas letais diretamente para a Ucrânia, apesar de ser um dos maiores exportadores de armas do mundo.
Autoridades alemãs disseram que o impasse é resultado de uma política de longa data em relação à exportação de armas para regiões consideradas tensas.
"O princípio que rege as exportações de armas é sempre o mesmo. Sejam elas vindas diretamente da Alemanha ou de terceiros países. E nenhuma permissão foi emitida neste momento", disse um porta-voz do governo alemão ao The Wall Street Journal, na sexta-feira (21).