Pesquisadores detectam pela 1ª vez fusão de buracos negros com órbitas excêntricas
01:23 23.01.2022 (atualizado: 06:14 23.01.2022)
© Foto / LIGO/Caltech/MIT/Sonoma State (Aurore Simonnet)Buracos negros a 3 bilhões de anos-luz
© Foto / LIGO/Caltech/MIT/Sonoma State (Aurore Simonnet)
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Pela primeira vez, os cientistas confirmaram fusão de dois buracos negros com órbitas altamente excêntricas.
Fusões com órbitas altamente excêntricas, em forma de ovo, se desenvolvem quando dois buracos giram e convergem em direção um ao outro e colidem sob a forte influência gravitacional um do outro. Portanto, a existência de fusões de órbitas excêntricas pode sugerir que os buracos negros têm devorado outros buracos negros em áreas onde há presença abundante destes objetos – como os centros de uma galáxia.
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Rochester (RIT) e da Universidade da Flórida estudaram o GW190521, o sinal de onda gravitacional mais massivo observado a partir de um sistema binário de buracos negros, para determinar as características de dois buracos negros antes de se fundirem.
"As massas estimadas de cada um dos buracos negros são 70 vezes superiores à do nosso Sol, o que é significativamente superior à massa máxima estimada de um buraco negro prevista pela evolução estelar. Aparentemente, temos aqui um caso interessante de observação de um sistema binário de buracos negros de segunda geração, o que nos abre novas possibilidades de estudar cenários de formação de buracos negros em aglomerados estelares densos", disse em comunicado Carlos Lousto co-autor da pesquisa e professor da RIT.
Rochester Institute of Technology (RIT): Scientists Confirm a Highly Eccentric Black Hole Merger for the First Time https://t.co/VJIi1cxIsA
— AAS Press Office (@AAS_Press) January 20, 2022
Instituto de Tecnologia de Rochester (RIT): cientistas confirmam pela primeira vez uma fusão altamente excêntrica de buracos negros.
Usando centenas de simulações de computador, os pesquisadores descobriram que os sinais de onda gravitacional do GW190521 são melhor explicados por uma alta excentricidade.
"Isto representa um importante avanço na nossa compreensão de como os buracos negros se fundem. Através de nossas sofisticadas simulações em supercomputadores e abundância de novos dados fornecidos pelos detectores de observatórios LIGO e Virgo, estamos fazendo novas descobertas sobre o Universo a níveis surpreendentes", observou Manuela Campanelli, professora de RIT e co-autora do estudo.
A fusão dos buracos negros foi detectada pelo Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (LIGO, na sigla em inglês) e observatório europeu Virgo. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Nature Astronomy.