Burkina Faso: presidente Kaboré já não exerce suas funções, anunciam militares em mensagem de TV
14:49 24.01.2022 (atualizado: 05:04 25.01.2022)
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Militares de Burkina Faso disseram que Marc Kaboré, presidente de Burkina Faso, foi demitido do cargo para restabelecer a integridade territorial do país, ante o agravamento da segurança.
Os militares de Burkina Faso anunciaram em um comunicado na TV que o presidente já não exerce as suas funções.
"O Movimento Patriótico para a Defesa e Restauração tomou a decisão em 24 de janeiro de 2022 pôr fim à autoridade de Roch Marc Christian Kaboré. A decisão foi tomada com um único objetivo: permitir ao nosso país […] juntar todas as forças para lutar pela integridade territorial", disseram eles.
"O Movimento Patriótico para a Defesa e Restauração informa as comunidades local e internacional que a vigência da Constituição está suspensa; o governo e a Assembleia Nacional foram dissolvidos; as fronteiras terrestres e aéreas estão fechadas a partir das 00h00 [horário local] de 24 de janeiro de 2022 até nova ordem; entra em vigor em todo o país toque de recolher entre as 21h00 e 05h00, a partir de hoje, até nova ordem", enumeraram os militares.
© REUTERS / Vincent BadoHomem mostra bandeira burquinense em apoio aos militares do país, que prenderam o presidente Marc Kaboré, em Burkina Faso, 24 de janeiro de 2022
Homem mostra bandeira burquinense em apoio aos militares do país, que prenderam o presidente Marc Kaboré, em Burkina Faso, 24 de janeiro de 2022
© REUTERS / Vincent Bado
Os militares disseram ainda ter intenção de restabelecer a "ordem constitucional, aceitável para todos, dentro de um prazo razoável".
"O Movimento Patriótico para a Defesa e Restauração também garante aos parceiros e amigos de Burkina Faso […] que seguirá cumprindo seus compromissos internacionais, em particular na área dos direitos humanos. Ele também se compromete a propor, em um prazo razoável, após consultas com as atuais forças do país, um cronograma para o retorno a uma ordem constitucional aceitável para todos", detalharam.
Segundo os militares, a decisão foi justificada pela deterioração da segurança em Burkina Faso.