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Arqueólogos encontram acampamento de sobreviventes da Era do Gelo perto do mar da Galileia (FOTOS)
Arqueólogos encontram acampamento de sobreviventes da Era do Gelo perto do mar da Galileia (FOTOS)
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Análises recentes e minuciosas dos restos de um acampamento perto do mar da Galileia identificaram abundancia e prosperidade na vida de seus sobreviventes da... 27.01.2022, Sputnik Brasil
2022-01-27T12:51-0300
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Publicado no PLOS ONE, um novo estudo liderado pelo Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém (HU, na sigla em inglês) se concentrou nos restos de um acampamento de pescadores-caçadores-coletores de cerca de 23.000 anos atrás, anteriormente submerso, nas margens do mar da Galileia. O estudo, divulgado pelo PhysOrg, revelou que, através de uma análise minuciosa da abundância, variedade e uso de restos de animais, a equipe pode concluir que esses sobreviventes da última Era do Gelo prosperaram, enquanto a maioria de seus contemporâneos, em outras partes do mundo, estavam quase morrendo de fome, devido às temperaturas extremamente baixas. O sítio israelense, conhecido como Ohalo II, foi ocupado no final da última Era do Gelo (Último Máximo Glacial), entre 23.500 e 22.500 anos atrás. Ohalo II é conhecido pela excelente preservação de suas cabanas de arbustos e restos botânicos. O estudo, liderado pela estudante de doutorado da HU Tikvah Steiner sob supervisão da professora da mesma universidade Rivka Rabinovich e do arqueólogo e professor da Universidade de Haifa Danin Nadel, que escavou o local, examinou a dieta e o uso extensivo de partes de animais para determinar o bem-estar e o estilo de vida desses antigos habitantes. Durante o Último Máximo Glacial, as camadas de gelo cobriam grande parte da América do Norte e o norte da Europa e Ásia, afetando profundamente o clima da Terra, causando seca, desertificação e uma grande queda no nível do mar. Ironicamente, Ohalo II foi descoberto em 1989 após condições de seca baixarem o nível da água do mar da Galileia em vários metros. As escavações foram realizadas entre 1989-1991, e novamente entre 1998-2001. O sítio cobre 2.000 metros de extensão e está localizado perto da ponta sul do atual mar da Galileia, cerca de 9 km ao sul de Tiberíades, e contém os restos de seis cabanas de arbustos ovais, lareiras ao ar livre, a sepultura de um homem adulto, além de várias instalações e montes de lixo. Graças à abundância de materiais orgânicos e inorgânicos foi possível obter uma riqueza de informações sobre o estilo de vida dos pescadores-caçadores-coletores durante esse período. A partir de uma análise detalhada de 22.000 ossos de animais encontrados no local, incluindo gazelas, veados, lebres e raposas, além de documentação anterior sobre o número de restos vegetais carbonizados, ferramentas de pederneira, grãos de cereais encontrados lá que significam uma dieta e estilo de vida robustos, a equipe concluiu que Ohalo II apresenta uma imagem totalmente destoante da maioria dos outros sítios epipaleolíticos iniciais. As oscilações climáticas durante o Último Máximo Glacial tiveram efeitos mínimos no vale do Alto Jordão, especificamente perto de Ohalo II, permitindo que essas pessoas utilizassem um amplo nicho ecológico composto por variadas plantas comestíveis, mamíferos, répteis, pássaros e peixes. Da mesma forma, "tartarugas de tamanho corporal específico eram aparentemente selecionadas, o que pode sugerir que eram principalmente usados seus cascos – e não sua carne – como tigelas. Lebre e raposa possivelmente eram caçadas por suas peles", acrescentou. O presente estudo incidiu sobre os restos de répteis, aves e mamíferos encontrados numa das cabanas durante as suas três ocupações consecutivas. Steiner e seus colegas acreditam que as descobertas no sítio não indicam um declínio na disponibilidade de alimentos durante esse período, mas sim uma rica diversidade de fontes de alimentos. Desta forma, Ohalo II é um exemplo maravilhoso de uma verdadeira economia de amplo espectro durante a última Era do Gelo, no início do período Epipaleolítico.
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Arqueólogos encontram acampamento de sobreviventes da Era do Gelo perto do mar da Galileia (FOTOS)
Análises recentes e minuciosas dos restos de um acampamento perto do mar da Galileia identificaram abundancia e prosperidade na vida de seus sobreviventes da última Era do Gelo.
Publicado no PLOS ONE, um novo estudo liderado pelo Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém (HU, na sigla em inglês) se concentrou nos restos de um acampamento de pescadores-caçadores-coletores
de cerca de 23.000 anos atrás, anteriormente submerso, nas margens do
mar da Galileia.
O estudo,
divulgado pelo PhysOrg, revelou que, através de uma análise minuciosa da abundância, variedade e uso de restos de animais, a equipe pode concluir que esses
sobreviventes da última Era do Gelo prosperaram, enquanto a maioria de seus contemporâneos, em outras partes do mundo, estavam quase morrendo de fome, devido às temperaturas extremamente baixas.
O sítio israelense, conhecido como Ohalo II, foi ocupado no final da última Era do Gelo (Último Máximo Glacial), entre 23.500 e 22.500 anos atrás. Ohalo II é conhecido pela excelente preservação de suas cabanas de arbustos e restos botânicos.
O estudo, liderado pela estudante de doutorado da HU Tikvah Steiner sob supervisão da professora da mesma universidade Rivka Rabinovich e do arqueólogo e professor da Universidade de Haifa Danin Nadel, que escavou o local, examinou a
dieta e o uso extensivo de partes de animais para determinar o bem-estar e o estilo de vida desses
antigos habitantes.
Durante o Último Máximo Glacial, as camadas de gelo cobriam grande parte da América do Norte e o norte da Europa e Ásia, afetando profundamente o clima da Terra, causando seca, desertificação e uma grande queda no nível do mar.
Ironicamente, Ohalo II
foi descoberto em 1989 após condições de seca
baixarem o nível da água do mar da Galileia em vários metros. As escavações foram realizadas entre 1989-1991, e novamente entre 1998-2001.
O sítio cobre 2.000 metros de extensão e está localizado perto da ponta sul do atual mar da Galileia, cerca de 9 km ao sul de Tiberíades, e contém os restos de seis cabanas de arbustos ovais, lareiras ao ar livre, a sepultura de um homem adulto, além de várias instalações e montes de lixo.
Graças à abundância de materiais orgânicos e inorgânicos foi possível obter uma riqueza de informações sobre o estilo de vida dos pescadores-caçadores-coletores durante esse período.
A partir de uma análise detalhada de 22.000 ossos de animais encontrados no local, incluindo gazelas, veados, lebres e raposas, além de documentação anterior sobre o número de restos vegetais carbonizados, ferramentas de pederneira, grãos de cereais encontrados lá que significam uma
dieta e estilo de vida robustos, a equipe concluiu que Ohalo II apresenta uma
imagem totalmente destoante da maioria dos outros sítios epipaleolíticos iniciais.
As oscilações climáticas durante o Último Máximo Glacial tiveram efeitos mínimos no vale do Alto Jordão, especificamente perto de Ohalo II, permitindo que essas pessoas utilizassem um amplo nicho ecológico composto por variadas plantas comestíveis, mamíferos, répteis, pássaros e peixes.
"Apesar de sua capacidade de caçar grandes animais, esses habitantes também caçavam uma grande variedade de presas e tinham ferramentas e tempo suficiente para aproveitar completamente as carcaças dos animais até a medula", compartilhou Steiner.
Da mesma forma, "tartarugas de tamanho corporal específico eram aparentemente selecionadas, o que pode sugerir que eram principalmente usados seus cascos – e não sua carne – como tigelas. Lebre e raposa possivelmente eram caçadas por suas peles", acrescentou.
O presente estudo incidiu sobre os restos de répteis, aves e mamíferos encontrados numa das cabanas durante as suas três ocupações consecutivas.
Steiner e seus colegas acreditam que as
descobertas no sítio não indicam um declínio na disponibilidade de alimentos durante esse período, mas sim uma
rica diversidade de fontes de alimentos. Desta forma, Ohalo II é um exemplo maravilhoso de uma verdadeira economia de amplo espectro durante a última Era do Gelo, no início do período Epipaleolítico.