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Moro revela que recebeu R$ 3,7 milhões da Alvarez & Marsal; MP suspeita de conflito de interesses

© Folhapress / André CoelhoSergio Moro, então ministro da Justiça, em depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, em Brasília (DF), sobre o vazamento de conversas com Deltan Dallagnol, então procurador e então chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, em 19 de junho de 2019
Sergio Moro, então ministro da Justiça, em depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, em Brasília (DF), sobre o vazamento de conversas com Deltan Dallagnol, então procurador e então chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, em 19 de junho de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 28.01.2022
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O ex-ministro Sergio Moro (Podemos) revelou que recebeu um montante mensal de 45 mil dólares (aproximadamente R$ 243 mil, na cotação atual) por trabalhos prestados à consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, especializada em recuperações financeiras de empresas.
Além disso, o presidenciável afirmou ter recebido uma bonificação de 150 mil dólares (cerca de R$ 812 mil). Com isso, no total, a empresa teria pago R$ 3,7 milhões a Moro, na cotação atual, ao longo de doze meses, noticiou o portal UOL.
Seu contrato com a Alvarez & Marsal esteve vigente de 23 de novembro de 2020 a 26 de novembro de 2021, quando se desligou da companhia para se filiar ao Podemos e concorrer às eleições.
Os valores brutos, ou seja, sem recolhimento de impostos, foram divulgados pelo ex-juiz durante uma transmissão em sua conta no Facebook, nesta sexta-feira (28). O deputado federal Kim Kataguiri (Podemos-SP) também participou da live.

"Ficam falando que eu enriqueci. Eu não enriqueci. Fui trabalhar lá. Eu recebi um bom salário, tá? Além de todo o histórico, todo o reconhecimento internacional pelo meu trabalho na Lava Jato... Então, é normal, diante de todas essas qualificações, que você tenha um salário bom para os padrões dos Estados Unidos, para a função que eu ocupava. Mas longe de ter enriquecido", disse Moro.

O ex-ministro está sob pressão no TCU (Tribunal de Contas da União). Há suspeita de conflito de interesses, já que a consultoria tem como clientes empresas que foram alvo da Lava Jato, como a Odebrecht.

"Eu nunca trabalhei para a Odebrecht. Na verdade, eu desmantelei o império de corrupção da Odebrecht. Decretei a prisão de diretores, do dono da Odebrecht. Depois que eu saí do Ministério da Justiça, eu preciso ganhar a minha vida. Eu não enriqueci, fui contratado pela Alvarez & Marsal. Jamais recebi um tostão [da Odebrecht]. Vamos deixar claro", afirmou.

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Junto ao TCU, o Ministério Público encaminhou, nesta terça-feira (25), um pedido para que o ministro do tribunal, Bruno Dantas, retire o sigilo do caso, que impede a divulgação do salário de Moro na empresa.
A Alvarez & Marsal recebeu ao menos R$ 65,1 milhões de empresas afetadas pela operação Lava Jato. O valor corresponde a 78% de todo o faturamento por administração judicial que a companhia alega ter tido de 2013 até o ano passado, ainda conforme o UOL.
A companhia contratou Moro após sua saída do Ministério da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.
Na visão do procurador Lucas Furtado a quebra do sigilo do salário do ex-juiz é importante para identificar se houve ou não conflito de interesses.

"Há a necessidade de se conhecer toda documentação relativa ao rompimento do vínculo de prestação de serviços entre o ex-juiz Sergio Moro e a empresa Alvares & Marsal, visto o possível conflito de interesses da atuação do ex-magistrado quando consultor na administradora da recuperação judicial do grupo de empresas condenadas pela Lava Jato", afirmou o procurador Lucas Furtado, em pedido ao ministro do TCU Bruno Dantas.

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