Presidente ucraniano adverte líderes ocidentais: 'Não precisamos desse pânico'
14:55 28.01.2022 (atualizado: 15:15 28.01.2022)
© AFP 2023 / Presidência da Ucrânia /HandoutVladimir Zelensky, presidente ucraniano, falando em coletiva de imprensa em Kiev, Ucrânia, 28 de janeiro de 2022
© AFP 2023 / Presidência da Ucrânia /Handout
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O presidente da Ucrânia criticou a reação às tensões russo-ucranianas nos países ocidentais: "A percepção da mídia é que temos uma guerra, que andam militares nas ruas".
Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou na quinta-feira (28) que não vê grande escalada em torno do país, mas que as tensões estão aumentando apesar disso.
"Hoje não vemos uma maior escalada do que a que existia antes. Sim, aumentou o número de militares, mas apontei isso ainda no princípio de 2021, quando falavam dos exercícios militares da FR [Federação da Rússia] [...] A percepção da mídia é que temos uma guerra, que andam militares nas ruas, há mobilização. Isso não é assim. Não precisamos desse pânico", comentou o presidente ucraniano a situação em conversa com jornalistas.
"Comecei a falar aos líderes dos países e a explicar a eles que precisamos estabilizar a economia do nosso país, devido a todos estes sinais que amanhã há guerra, porque começaram sinais até dos estimados líderes de países, que até dizem abertamente em uma linguagem não diplomática: 'amanhã haverá guerra'. Isso é pânico", criticou o chefe de Estado ucraniano.
Zelensky explicou que as afirmações de uma possível escalada com a Rússia criaram pânico nos mercados e setor financeiro, o que tem um efeito negativo na Ucrânia, devido aos investidores retirarem o dinheiro do país.
"Após o começo do que considero outro espaço informacional, retiraram 12,5 bilhões da Ucrânia, e nós, das nossas reservas, e elas são as maiores nos últimos dez anos [...] estamos estabilizando nossa moeda nacional, então isso custa muito aos ucranianos", apontou ele.
Diversos países no Ocidente têm acusado a Rússia no último ano de aumentar as tensões em torno da Ucrânia, mas Moscou respondeu que a movimentação de tropas russas dentro de suas próprias fronteiras não deve ameaçar ninguém, e que as acusações têm o objetivo de encobrir as mobilizações militares por parte da própria OTAN, incluindo na cooperação com Kiev.
Para mitigar a situação, o Kremlin propõe reduzir as tensões através da diminuição da atividade militar bilateral nos territórios entre a Rússia e o bloco da OTAN, e do fim da expansão da aliança.