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Pesquisa aponta que supermontanhas foram responsáveis pela evolução da vida na Terra

© Foto / Oleg ArtemyevMonte Guia Chung Kang, na Cordilheira do Himalaia
Monte Guia Chung Kang, na Cordilheira do Himalaia - Sputnik Brasil, 1920, 03.02.2022
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Cientistas da Universidade Nacional da Austrália estudaram a formação de gigantescas cadeias de montanhas nos primórdios da Terra.
A pesquisa foi baseada na busca por vestígios de zirconita com baixo teor de lutécio, uma rara combinação de mineral e terra encontrada apenas na base de altas montanhas que foram formadas sob uma intensa pressão.
Os pesquisadores entenderam que a maioria das chamadas supermontanhas se formaram em dois momentos específicos, o primeiro há cerca de dois bilhões de anos e o segundo entre 650 e 500 milhões de anos atrás.
As gigantes montanhas eram pelo menos da altura da cordilheira do Himalaia, onde fica o monte Everest que tem 8.848 metros de altitude. A diferença é que essas formações antigas se estendiam por mais de oito mil quilômetros.
© http://www.alpclub.ur.ruO monte Everest (foto de arquivo)
O monte Everest (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 03.02.2022
O monte Everest (foto de arquivo)

"Chamamos o primeiro exemplo de Supermontanha Nuna. Ela coincide com o provável aparecimento dos eucariotos, organismos que mais tarde deram origem a plantas e animais [...] O segundo, conhecido como Supermontanha Transgondwana, coincide com o aparecimento dos primeiros grandes animais há 575 milhões de anos e a explosão Cambriana 45 milhões de anos depois, quando a maioria dos grupos de animais aparece em registros fósseis", explicou uma das autoras do projeto, a pesquisadora Ziyi Zhu, em entrevista divulgada pelo Phys.org.

De acordo com o estudo, que foi publicado na revista científica Earth and Planetary Science Letters, durante a formação dessas imensas montanhas também ocorreu uma grande erosão do solo que liberou nutrientes necessários para acelerar os ciclos biológicos e estimular a evolução, em especial nos oceanos.

"O impressionante é que todo o registro de formação de montanhas através dos tempos é muito claro. Ele mostra esses dois picos enormes: um ligado ao aparecimento dos animais e outro ao aparecimento de grandes células complexas", disse o professor Jochen Brocks, um dos autores do estudo.

A atmosfera terrestre era pobre em oxigênio durante essas duas épocas e sofreu um grande aumento desse elemento, especialmente depois do aparecimento da Supermontanha Transgondwana.
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No estudo os cientistas explicam que, entre o aparecimento dessas duas supermontanhas, nenhum outro tipo de montanha parecida foi registrado. Essa época, conhecida como o tempo mais tedioso da história da Terra, viu "pouco ou nenhum desenvolvimento evolucionário", diz outro coautor do projeto, o professor Ian Campbell.

"A diminuição no ritmo de evolução é atribuída a ausência [da formação] de supermontanhas nesse período, que reduziu o suprimento de nutrientes para os oceanos", explicou Campbell.

Os pesquisadores acreditam que as novas descobertas vão auxiliar em futuros estudos sobre a complexa evolução da vida na Terra.
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