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Arqueólogos descobrem meios de identificar quais potes romanos eram usados como 'penicos' (FOTOS)
Arqueólogos descobrem meios de identificar quais potes romanos eram usados como 'penicos' (FOTOS)
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Recipientes de barro podem ser reveladoras das atividades de culturas há muito perdidas. Vestígios de seu conteúdo podem ser pistas valiosas sobre a evolução... 11.02.2022, Sputnik Brasil
2022-02-11T09:24-0300
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De acordo com matéria do portal Science Alert, durante décadas presumiu-se que vários vasos cônicos desenterrados perto de latrinas romanas eram penicos esvaziados. A evidência, puramente circunstancial, não determinava, contudo, o que eram eles.Segundo estudo publicado no Journal of Archaeological Science Reports, arqueólogos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, confirmaram as suspeitas dos pesquisadores. Mediante análise de concreções mineralizadas encontradas dentro de cerâmica desenterrada no distrito rural de Gerace, no centro da Sicília, eles descobriram ovos preservados de uma espécie de verme intestinal. O verme (Trichuris trichiura) tem sido um flagelo para a humanidade por pelo menos dezenas de milhares de anos. Hoje, cerca de 700 milhões de indivíduos em todo o mundo carregam o helminto de quatro centímetros de comprimento. O parasita faz sua casa no intestino grosso, lançando ovo após ovo em nossas fezes. Normalmente despercebidos, eles lotam as entranhas de suas vítimas e podem se tornar um sério problema de saúde. Anemia, dor nos intestinos e até prolapso retal podem ocorrer em alguns dos piores cenários. Não está claro, no entanto, o tamanho do problema que esses vermes podem ter sido para os antigos romanos, mas não é surpresa que eles os tivessem. Estudos sobre os restos de suas latrinas mostraram que suas entranhas estavam cheias de todos os tipos de vermes e amebas que os colocavam em risco de disenteria. O sítio romano na cidade de Gerace foi descoberto na década de 1990, mas a maior parte do que sabemos sobre o local veio de escavações realizadas na última década. Desde então, os pesquisadores identificaram partes de uma vila de tamanho modesto com mosaicos e decorações em mármore, ostentando uma casa de banho, armazém e até fornos, todos datados dos séculos IV e V d.C. Até sabemos quem era o dono da propriedade, com as palavras "praedia Philippianorum" na câmara fria dos banhos nos dizendo que pertencia a alguém chamado Philippiani. Só podemos especular se este era o penico utilizado por Philippiani ou apenas era usado por seus convidados enquanto desfrutavam de seus banhos. O recipiente era típico, de um tipo feito na Sicília naquela época, medindo precisamente 31,8 centímetros com um diâmetro de 34 centímetros – um tamanho apropriado para um adulto agachado se sentar. Mas, provavelmente, era encaixado em uma cadeira de vime ou madeira sem assento, para maior conforto. Quanto à decoração, um simples par de linhas onduladas paralelas foi gravado nas laterais embora muitos outros encontrados no império sejam um pouco mais ornamentados do que isso, ou feitos de materiais de luxo.
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arqueologia, vaso sanitário, império romano, itália, sicília, achado, ciência e tecnologia
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Arqueólogos descobrem meios de identificar quais potes romanos eram usados como 'penicos' (FOTOS)
Recipientes de barro podem ser reveladoras das atividades de culturas há muito perdidas. Vestígios de seu conteúdo podem ser pistas valiosas sobre a evolução de alguns de nossos hábitos de hoje.
De acordo com
matéria do portal Science Alert, durante décadas presumiu-se que
vários vasos cônicos desenterrados perto de latrinas romanas eram penicos esvaziados. A evidência, puramente circunstancial, não determinava, contudo, o que eram eles.
Segundo estudo
publicado no Journal of Archaeological Science Reports, arqueólogos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, confirmaram as
suspeitas dos pesquisadores.
Mediante análise de concreções mineralizadas encontradas dentro de cerâmica desenterrada no distrito rural de Gerace, no centro da Sicília, eles descobriram ovos preservados de uma espécie de verme intestinal.
"Foi incrivelmente emocionante encontrar os ovos desses vermes parasitas 1.500 anos depois de terem sido depositados", disse o arqueólogo da Universidade de Cambridge, Tianyi Wang.

9 de fevereiro 2022, 14:27
O verme (Trichuris trichiura) tem sido um flagelo
para a humanidade por pelo menos dezenas de milhares de anos. Hoje, cerca de
700 milhões de indivíduos em todo o mundo carregam o helminto de quatro centímetros de comprimento. O parasita faz sua casa no intestino grosso, lançando ovo após ovo em nossas fezes.
Normalmente despercebidos, eles lotam as entranhas de suas vítimas e podem se tornar um sério problema de saúde. Anemia, dor nos intestinos e até prolapso retal podem ocorrer em alguns dos piores cenários.
Não está claro, no entanto, o tamanho do problema que esses vermes podem ter sido para os
antigos romanos, mas não é surpresa que eles os tivessem. Estudos sobre os restos de suas latrinas mostraram que
suas entranhas estavam cheias de todos os tipos de vermes e amebas que os colocavam em risco de disenteria.
"Este vaso veio do complexo de banhos de uma vila romana", disse o especialista em parasitas da Universidade de Cambridge Piers Mitchell, que afirmou ainda que "parece provável que aqueles que visitavam os banhos teriam usado este penico quando queriam ir ao banheiro, já que os banhos não tinham uma latrina própria. Claramente, a conveniência era importante para eles."
O sítio romano na cidade de Gerace foi descoberto na década de 1990, mas a maior parte do que sabemos sobre o local
veio de escavações realizadas na última década. Desde então, os
pesquisadores identificaram partes de uma vila de tamanho modesto com mosaicos e decorações em mármore, ostentando uma casa de banho, armazém e até fornos, todos datados dos séculos IV e V d.C.
Até sabemos quem era o dono da propriedade, com as palavras "praedia Philippianorum" na câmara fria dos banhos nos dizendo que pertencia a alguém chamado Philippiani. Só podemos especular se este era o penico utilizado por Philippiani ou apenas era usado por seus convidados enquanto desfrutavam de seus banhos.
O recipiente era típico, de um tipo feito na Sicília naquela época, medindo precisamente 31,8 centímetros com um diâmetro de 34 centímetros – um tamanho apropriado para um adulto agachado se sentar. Mas, provavelmente, era encaixado em uma cadeira de vime ou madeira sem assento, para maior conforto.
Quanto à decoração,
um simples par de linhas onduladas paralelas foi gravado nas laterais embora muitos outros encontrados no império sejam um pouco
mais ornamentados do que isso, ou feitos de materiais de luxo.
"Onde há potes romanos nos museus que apresentam essas concreções mineralizadas dentro da base, agora elas podem ser analisadas usando nossa técnica para ver se também foram usados como penicos", disse Mitchell.