Japão protesta após Rússia executar exercício militar nas Ilhas Curilas
19:07 16.02.2022 (atualizado: 02:02 17.02.2022)
© Sputnik / Andrei Shapran / Acessar o banco de imagensTanque IS-2 na ilha Shikotan, a maior ilha da cadeia das ilhas Curilas
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O governo japonês criticou a Rússia por meio de seus canais diplomáticos após uma série de exercícios militares russos nas Ilhas Curilas.
De acordo com Tóquio, embora o Ministério da Defesa russo tenha alertado o lado japonês, os exercícios militares são "inaceitáveis".
Este é o segundo protesto de Tóquio contra Moscou em menos de um mês. Anteriormente, os japoneses reclamaram de exercícios militares na ilha de Kunashir.
"É inadmissível reforçar a presença militar nas quatro ilhas do norte [Kunashir, Iturup, Shikotan e Habomai]", diz o protesto, segundo informações da agência Kyodo.
© Sputnik / Andrei Shapran / Acessar o banco de imagensIlha russa Kunashir, no arquipélago das Ilhas Curilas
Ilha russa Kunashir, no arquipélago das Ilhas Curilas. Foto de arquivo
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/ O Ministério da Defesa russo anunciou que uma série de exercícios navais estaria ocorrendo em todas as áreas de responsabilidade navais russas entre janeiro e fevereiro.
Em 16 de fevereiro, foi relatado que navios russos da Frota do Pacífico estavam realizando um exercício de treinamento no mar de Okhotsk.
Mais de 20 navios de guerra e auxiliares, além de aeronaves e helicópteros da aviação naval, participaram das atividades .
Durante décadas, Tóquio condicionou a assinatura do tratado de paz com Moscou, assunto pendente desde 1945, à recuperação das ilhas Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai.
Militares russos nas Curilas. Foto de arquivo
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/ O Japão sustenta o seu entendimento sobre a questão por meio do Tratado Bilateral de Comércio e Fronteiras, que assinou com a Rússia em 7 de fevereiro de 1855.
Em 1956, a URSS e o Japão assinaram uma declaração conjunta em que Moscou concordou ponderar a entrega das ilhas Habomai e Shikotan, sendo que as restantes não foram abordadas.
A URSS planejava que esta fosse a última palavra no conflito territorial, enquanto o Japão considerava o documento apenas parte da solução da questão.
No entanto, negociações posteriores não conseguiram avançar na resolução do problema, não havendo até hoje um acordo de paz assinado entre Moscou e Tóquio.
Há suspeitas de que os EUA ameaçaram com o não retorno de Okinawa ao Japão (o que acabou por acontecer em 1972) se Tóquio não exigisse as Ilhas Curilas do sul.
Moscou defende que o arquipélago passou a ser território da URSS após a Segunda Guerra Mundial, passando em seguida à Rússia.
Para Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, o Japão está criando tensões artificialmente no que toca à soberania das Ilhas Curilas.
"E essa artificialidade não surge simplesmente do nada, ela é alimentada. Por quem? Por uma certa parte do sistema político do Japão. Quem está atrás dela? Bem, agora o embaixador dos EUA [Rahm Emanuel] assumiu plenamente e o declarou. Será que tínhamos dúvidas disso? Nunca tivemos quaisquer dúvidas", comentou ela na semana passada.