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Será 'doloroso' cortar dependência britânica da energia russa, avisa Boris Johnson

© REUTERS / Daniel LealPrimeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em Londres, 14 de março de 2022
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em Londres, 14 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 15.03.2022
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O premiê britânico apelou ao fim rápido da "dependência" do petróleo e gás russos, comparando-a com "adição", em sua coluna no Daily Telegraph publicada na segunda-feira (14).
Mesmo assim, ele avisou que o processo seria "difícil" e "doloroso" para os britânicos. Na opinião dele, é "um erro terrível" que o Reino Unido e outros países ocidentais não confrontaram o "bullying" de Moscou antes.
Johnson ponderou também que as ações militares tomadas pelo Exército russo na Ucrânia são responsáveis pela alta nos preços de energia, dizendo que, enquanto "as bombas caem, o valor do petróleo e gás cresce ainda mais, significando menos dinheiro no seu bolso". E "é por isso que a dependência [da energia russa] deve e vai terminar agora", escreveu, argumentando que caso contrário Moscou "tirará vantagem dessa dependência".
Os contribuintes britânicos não devem se enganar pensando que o processo será fácil: "Não duvido que haverá tempos difíceis pela frente. O processo de redução no mundo do petróleo e gás russo, e hidrocarbonetos em geral, será difícil. Temos que admitir que tal passo será doloroso".
Mesmo assim, Johnson assegurou que seu governo tem "gasto bilhões de libras para aliviar o custo de vida e cortar centenas em suas contas domésticas. Mas nenhum de nós pode continuar assim por muito tempo".
Uma solução sugerida pelo primeiro-ministro inclui o maior uso de energias renováveis, incluindo o funcionamento das usinas solares e parques eólicos, meios que ele chamou de "caminho mais rápido e barato para maior independência energética".
As declarações de Boris Johnson surgiram enquanto os governos ocidentais vêm pressionando para renegar as importações de gás e petróleo russos devido à operação militar especial na Ucrânia. Na semana passada, os EUA impuseram o banimento às vendas do óleo russo, aos que logo depois se juntou a Austrália.
Sinal de trânsito direciona o tráfego para a entrada da instalação de aterramento da linha de gás do Nord Stream 2 em Lubmin, Alemanha. Foto de arquivo - Sputnik Brasil, 1920, 14.03.2022
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Contudo, algumas nações não defendem tanto essa ideia. Recentemente, o chanceler alemão, Olaf Scholz, admitiu que seu país não pode parar de comprar o gás russo de imediato, uma vez que o abastecimento energético da Alemanha "não pode ser assegurado de outra forma''.
A gigante energética do Reino Unido, Shell, comprou petróleo cru russo após a operação militar na Ucrânia ter começado. Logo depois, a empresa pediu desculpas e prometeu doar os lucros do negócio para um fundo que ajuda os refugiados ucranianos.
Outras nações no mundo também não se apressaram a seguir o exemplo de Washington. A Corporação de Petróleo da Índia, a maior petrolífera no país, comprou três milhões de barris de óleo russo na segunda-feira (14) para recebê-lo em maio, de acordo com a Reuters.
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