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Sem água e terras férteis: cientistas revelam mistério de próspera cidade mexicana milenar (FOTOS)

© Sputnik / Dmitry ZnamenskySítio arqueológico de Monte Albán, no estado mexicano de Oaxaca
Sítio arqueológico de Monte Albán, no estado mexicano de Oaxaca - Sputnik Brasil, 1920, 17.03.2022
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De acordo com os pesquisadores, a capital da antiga comunidade de Zapotec, na região central do México, se desenvolveu melhor do que outras cidades da época em função de uma estrutura social e econômica mais igualitária.
Fundada no ano 500 a.C., Monte Albán era a capital administrativa e religiosa da comunidade Zapotec e ficava no território onde hoje está localizado o estado de Oaxaca. De acordo com o estudo publicado na revista acadêmica Frontiers in Political Science, mesmo sem acesso a abastecimento de água e terras férteis, a cidade operou por 1.300 anos e chegou a ter uma população de 17.000 pessoas.
Após extensa pesquisa, os pesquisadores chegaram à conclusão que o mistério da próspera cidade mexicana se deve ao estabelecimento de uma sociedade mais igualitária.

"Existem muito poucos indícios da existência de um poder altamente autocrático ou concentrado, nem grandes desigualdades de riqueza. Além disso, há muitas indicações de cooperação entre as famílias", explicou Gary Feinman, um dos autores do estudo e curador antropológico do Museu Field de História Natural.

Monte Albán: a antiga cidade que prosperou devido a maior igualdade.
A arquitetura da cidade, embora demonstre ligeiros sinais de divisões em classes, revela que a maioria das casas foram construídas com pedras e tijolos de adobe, materiais reservados para residências de luxo na época em outros lugares. Também existem indícios de que vizinhos em Monte Albán eram interdependentes e realizavam trocas de comida e artefatos.

"Não há túmulos nobres, grandes depósitos de riquezas domésticas ou outras evidências de diferenças extremas de riqueza, nem nenhum palácio grande e ornamentado que seja claramente a residência de um governante. Desde o início da história do local, o núcleo da cidade estava concentrado em uma grande praça que poderia ter acomodado uma parte significativa da população local", escreveram os pesquisadores no estudo.

A partir do ano 800 d.C. a cidade, já com 1.300 anos de história, vivenciou seu declínio. Ainda não existe um consenso sobre os motivos que levaram ao fim de Monte Albán, mas segundo o centro de turismo da Unesco, que realiza visitas ao local, a razão mais provável seria uma grande seca sofrida nesta época.

"Monte Albán foi uma cidade onde um novo contrato social não oficial foi implementado em sua fundação. E, com seu governo coletivo e relativamente equitativo, durou mais de um milênio. No entanto, quando entrou em colapso, a população da cidade diminuiu drasticamente e muitas de suas instituições se dissolveram, inaugurando um período de governo mais autocrático", explicou Feinman.

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