Tábua 'amaldiçoada': mais antiga inscrição em hebraico é decifrada por pesquisadores (FOTOS)
© Foto / Michael C. Luddeni Detalhe da tábua "amaldiçoada" encontrada em restos de escavações do monte Ebal, em Israel
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Os arqueólogos afirmaram que a antiga inscrição hebraica consiste em 40 letras e é séculos mais velha do que qualquer outra inscrição já descoberta em Israel.
A descoberta foi divulgada durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (24), na Biblioteca de Teologia Lanier, na cidade de Houston, EUA, pela Associação de Pesquisas Bíblicas (ABR, na sigla em inglês). Especialistas levaram três anos para decifrar o texto da pequena tábua de chumbo dobrada.
O texto final traduzido pelos arqueólogos deixa claro que o artefato continha uma maldição. A palavra "YAHWEH", o Deus nacional de Israel durante a Idade do Ferro, aparece duas vezes na inscrição, enquanto "amaldiçoado" se repete por dez vezes. O texto original em hebraico possui 40 letras e em inglês foi traduzido para 23 palavras.
© Foto / Michael C. Luddeni Detalhe da tábua "amaldiçoada" encontrada em restos de escavações do monte Ebal, em Israel
Detalhe da tábua "amaldiçoada" encontrada em restos de escavações do monte Ebal, em Israel
© Foto / Michael C. Luddeni
"Amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado – amaldiçoado pelo Deus YAHWEH, você morrerá amaldiçoado, amaldiçoado você certamente morrerá, amaldiçoado por YAHWEH amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado", escreveram os especialistas na tradução da tábua em hebraico.
A tábua foi encontrada em dezembro de 2019 nos restos das escavações lideradas pelo arqueólogo Adam Zertal, ex-diretor e professor do Departamento de Arqueologia da Universidade de Haifa, em Israel. O ex-diretor, que morreu em 2015, foi o responsável por encontrar o altar de Josué, no monte Ebal.
CC BY-SA 3.0 / Someone35 / Mount EbalVista do monte Ebal, em Samaria, onde se encontra o altar bíblico de Josué
Vista do monte Ebal, em Samaria, onde se encontra o altar bíblico de Josué
O arqueólogo Zvi Koenigsberg trabalhou com Zertal entre os anos de 1982 e 1988, justamente no sítio arqueológico onde estava a tábua com a maldição em hebraico.
"Após a escavação, nós deixamos muitas pilhas de terra que cavamos. E como esses montes podem conter achados valiosos, um grupo de amigos do professor Zertal os enviou para um local seguro onde pudessem ser avaliados. Depois de muitos anos, foram desenvolvidas maneiras apropriadas de analisar essa terra", explicou Koenigsberg durante entrevista ao The Jerusalem Post no final de janeiro de 2022.