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Rover da NASA grava áudio em Marte e descobre que velocidade do som é diferente no Planeta Vermelho

© Foto / NASARover Perseverance gravou áudio em Marte utilizando o sitema SuperCam
Rover Perseverance gravou áudio em Marte utilizando o sitema SuperCam - Sputnik Brasil, 1920, 01.04.2022
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Dados coletados pelo rover Perseverance revelaram que, além da velocidade do som ser menor em Marte, em comparação com a Terra, sons graves viajam mais devagar que os agudos.
De acordo com estudo apresentado na 53ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária, cientistas no Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos, conseguiram precisar exatamente a velocidade do som em Marte. Enquanto na Terra, em condições ideais de pressão e temperatura de 20 °C, o som viaja a 343 metros por segundo, em Marte a velocidade não ultrapassa os 240 metros por segundo.
Os cientistas esclareceram na apresentação que o resultado já era esperado, pois a velocidade do som está diretamente relacionada ao ambiente no qual ela viaja. Como a atmosfera de Marte é cerca de 100 vezes mais fina que a da Terra, os números detectados pelo Perseverance confirmaram as suspeitas dos pesquisadores.
Helicóptero Mars Ingenuity da NASA na superfície de Marte, perto do rover Perseverance, à esquerda - Sputnik Brasil, 1920, 01.04.2022
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Satélite fotografa rover e helicóptero da NASA na superfície de Marte (FOTOS)
No entanto, um aspecto intrigou os cientistas. As frequências mais baixas de ondas sonoras têm velocidade menor que as altas frequências, o que significa que sons graves viajam mais devagar que os agudos.

"Devido às propriedades únicas das moléculas de dióxido de carbono em baixa pressão, Marte é a única atmosfera planetária terrestre no Sistema Solar que experimenta uma mudança na velocidade do som bem no meio da largura de banda audível (20 Hertz a 20.000 Hertz)", escreveram os pesquisadores no estudo.

Para realizar as gravações, os cientistas utilizaram o microfone do sistema SuperCam, que está acoplado ao rover Perseverance. Com as novas descobertas, surgiram novas perguntas e agora os pesquisadores pretendem expandir o estudo.

"Dados acústicos lançam luz sobre flutuações de temperatura muito altas da camada superficial atmosférica de Marte que não foram observadas antes com sensores tradicionais. Para explicar este fenômeno, a temperatura acústica será comparada com as saídas do [modelo de simulação matemático] Large Eddy para [a cratera] Jezero. Variações diurnas e sazonais também serão estudadas em comparação com outros parâmetros meteorológicos", escreveram os cientistas.

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