Ala da Polícia Federal inicia movimento de ruptura com Bolsonaro após ficar indignada com reajuste
10:44 18.04.2022 (atualizado: 10:52 18.04.2022)
© Foto / Carolina Antunes / Palácio do Planalto / CCBY 2.0Presidente da República, Jair Bolsonaro durante ato de entrega de viaturas e de armamentos à Polícia Rodoviária Federal, 20 de fevereiro de 2020
© Foto / Carolina Antunes / Palácio do Planalto / CCBY 2.0
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Decepcionados com o valor do aumento salarial, movimento que defende distanciamento do presidente começa a ser articulado dentro da PF com reunião marcada nesta terça-feira (19) para tratar do assunto.
Após o reajuste de 5% divulgado pelo governo federal para servidores na última quinta-feira (14), incluindo agentes da Polícia Federal, a corporação reagiu negativamente ao montante anunciado e chamou o valor de "quebra desleal de compromisso", a partir do momento que a PF e o presidente, Jair Bolsonaro (PL), matêm boas relações.
Entretanto, segundo a coluna de Bela Mengale em O Globo, uma ala poderosa da instituição passou a defender que a PF adote uma postura dura contra o governo Bolsonaro após não receber o aumento salarial pretendido.
De acordo com a mídia, na mesa estão propostas sobre como pressionar pela renúncia do ministro da Justiça, Anderson Torres, que também é delegado da PF. As associações avaliam ainda pedir que o diretor-geral do órgão, Márcio Nunes, entregue seu cargo.
Grande parte da corporação defende que os policiais tornem públicas outras promessas não cumpridas por Bolsonaro e rompam de vez com o presidente. Em comunicado aos seus membros, a Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), também convocou uma assembleia para debater a reestruturação prometida e não atendida pelo governo.
© Foto / Anderson Riedel / Palácio do Planalto / CC BY 2.0Visita do presidente da República (Jair Bolsonaro) ao posto da Polícia Rodoviária Federal em São Paulo (foto de arquivo)
Visita do presidente da República (Jair Bolsonaro) ao posto da Polícia Rodoviária Federal em São Paulo (foto de arquivo)
© Foto / Anderson Riedel / Palácio do Planalto / CC BY 2.0
No texto, a FENAPEF orienta que os 27 sindicatos estaduais ligados a ela "estejam em estado de alerta, mobilização e prontidão, para os possíveis desdobramentos da próxima semana, que poderão incluir: deslocamentos a Brasília e/ou movimentos reivindicatórios nos respectivos estados".
Associações de delegados e de agentes da PF marcaram reuniões nesta terça-feira (19) para deliberarem sobre quais medidas tomarão diante desse cenário, afirmou a colunista.
A PF tinha grande expectativa para o reajuste, esperando que o mesmo fosse entre 16% e 20%, uma vez que a categoria vem computando perdas salariais desde a reforma da previdência.
Além disso, em dezembro do ano passado, Bolsonaro chegou a assumir publicamente o compromisso com a categoria para corrigir o que chamou de "injustiças", ao não cumprir o que prometeu, o presidente acabou gerando uma forte onda de indignação na corporação.