Delegados reagem a reajuste e citam 'marketing político' feito com imagem da PF por Bolsonaro
16:54 21.04.2022 (atualizado: 17:34 21.04.2022)
© Foto / Clauber Cleber Caetano / Palácio do Planalto / CC BY 2.0Cerimônia de encerramento do Curso de Formação Profissional de Agente de Polícia Federal
© Foto / Clauber Cleber Caetano / Palácio do Planalto / CC BY 2.0
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Uma série de providências foram tomadas pela PF após a porcentagem anunciada de aumento salarial, incluindo indicativo de paralisação das atividades, o qual será ratificado em uma assembleia geral extraordinária prevista para o dia 2 de maio.
A indignação da Polícia Federal com o reajuste de 5% concedido à classe pelo governo Bolsonaro segue gerando novas ações da corporação.
Hoje (21), os delegados da PF anunciaram a aprovação de uma série de medidas em reação ao que chamam de "clara omissão" do governo em relação à reestruturação do órgão e ao valor do aumento salarial, segundo o Estadão.
Entre as ações previstas, estão a recomendação para que delegados não realizem viagens em missão sem o pagamento prévio de diárias e o envio de um ofício ao diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, para que em 30 dias ele estabeleça critérios para compensação ou remuneração do sobreaviso da classe, relata a mídia.
Manifestações também vão acontecer no dia 28 em todo país. Os delegados falam em carreatas e protestos em frente às unidades dos órgãos. A corporação ainda quer marcar reuniões com presidenciáveis para "expor a necessidade de um verdadeiro compromisso com a valorização dos policiais da União que não ocorreu nos últimos anos".
© Foto / Valdenio Vieira / Palácio do Planalto / CCBY 2.0Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro e André Mendonça posam com a Polícia Rodoviária Federal de São Paulo (foto de arquivo)
Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro e André Mendonça posam com a Polícia Rodoviária Federal de São Paulo (foto de arquivo)
© Foto / Valdenio Vieira / Palácio do Planalto / CCBY 2.0
Além disso, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) aprovou um indicativo de paralisação das atividades juntamente com as associações que representam a categoria, o qual será ratificado em uma assembleia geral extraordinária prevista para o dia 2 de maio, de acordo com a mídia.
Ao mesmo tempo, o órgão chama atenção para o uso da imagem da PF como "ferramenta publicitária" pelo governo.
"Caso o presidente da República, Jair Bolsonaro, descumpra o compromisso público assumido por ele diversas vezes, os policiais da União não se manterão inertes diante do uso da valorização da segurança pública e da excelente imagem da Polícia Federal como ferramenta publicitária e de marketing político", afirmou a ADPF em nota.
Nas reivindicações da classe, estão sendo solicitadas melhorias em uma série de aspectos, como sobreaviso remunerado, aumento dos valores das diárias, plano de saúde, estruturação de apoio psicológico, a reestruturação das carreiras policiais federais e a necessidade de mandato para diretor-geral da corporação com lista tríplice.
© Marcos Corrêa / Palácio do Planalto / CC BY 2.0Jair Bolsonaro posa com recém-formados na Cerimônia de Encerramento dos Cursos de Formação Profissional para ingresso na carreira Policial Federal (foto de arquivo)
Jair Bolsonaro posa com recém-formados na Cerimônia de Encerramento dos Cursos de Formação Profissional para ingresso na carreira Policial Federal (foto de arquivo)
© Marcos Corrêa / Palácio do Planalto / CC BY 2.0
Desde que o reajuste de 5% para policiais e delegados federais foi divulgado pelo governo na última quinta-feira (14), a PF tem demonstrado sua insatisfação, uma vez que esperava um aumento entre 16% e 20%. O órgão chegou a dizer que a porcentagem oferecida foi "uma quebra desleal de compromisso", conforme noticiado.