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Membro da OTAN promete bloquear candidaturas de Suécia e Finlândia caso continue sendo posto de lado

© AFP 2023 / ARMEND NIMANIO presidente da Croácia, Zoran Milanovic, em cerimônia de boas-vindas após sua chegada para visita de dois dias em Pristina, 23 de dezembro de 2021
O presidente da Croácia, Zoran Milanovic, em cerimônia de boas-vindas após sua chegada para visita de dois dias em Pristina, 23 de dezembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 27.04.2022
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Zagreb planeja cobrar maior envolvimento da União Europeia (UE) e dos EUA com suas demandas para não utilizar sua "bala de prata" contra adesão dos países nórdicos à Aliança Atlântica, disse o presidente croata.
A adesão da Finlândia e da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é "charlatanismo muito perigoso" e equivale a provocar a Rússia, disse o presidente croata, Zoran Milanovic.
Na última terça-feira (26), Zagreb afirmou que vai se recusar a ratificar sua adesão até que os EUA e a União Europeia (UE) pressionem a vizinha Bósnia e Herzegovina a garantir aos croatas étnicos seus direitos básicos de voto, acrescentou Milanovic.
"No que me diz respeito, eles podem entrar na OTAN, podem cutucar o olho do urso raivoso com uma caneta", disse Milanovic a repórteres em Zagreb na terça-feira.
"No entanto, até que a questão da lei eleitoral na Bósnia e Herzegovina seja resolvida, até que os americanos, ingleses, alemães – se puderem e quiserem – obriguem Sarajevo e Bakir Izetbegovic a atualizar a lei eleitoral nos próximos seis meses e conceder aos croatas seus direitos elementares, o Sabor [parlamento croata] não deve ratificar a admissão de ninguém à OTAN", acrescentou.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin (C) fala durante uma reunião com membros de um Grupo Consultivo de Segurança da Ucrânia na Base Aérea dos EUA em Ramstein, oeste da Alemanha, em 26 de abril de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 26.04.2022
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A OTAN não pode admitir novos membros sem a aprovação dos atuais, apontou Milanovic, acrescentando que vê o papel da Croácia neste momento como "uma bala de prata histórica".
"Deixem o presidente ou secretário de Estado dos EUA ouvirem isso agora. Vamos ver o que eles podem fazer pela Croácia. Estou farto deles ignorando e negligenciando um membro da OTAN e da UE e marginalizando a Croácia", disse Milanovic, acrescentando que se os EUA e seus aliados da Europa Ocidental quiserem os dois países escandinavos na OTAN, "eles vão ter de ouvir a Croácia".
A maior queixa da Croácia é o atual sistema eleitoral na vizinha Bósnia e Herzegovina, que tem uma comunidade étnica croata reconhecida como igual pela Constituição de 1995 que encerrou a guerra civil. Zagreb insiste em atualizar a lei eleitoral para que os croatas na Bósnia possam eleger seus próprios representantes, em oposição à prática atual de tê-los eleitos pela comunidade muito maior de muçulmanos bósnios, também conhecidos como bosniaks.
Além da Bósnia, Milanovic listou algumas das outras queixas de Zagreb, como a recusa da UE em admitir a Bulgária e a Romênia no espaço Schengen (acordo de passagem de fronteira), a falta de reconhecimento da província separatista sérvia de Kosovo e nenhum progresso nas negociações da UE com a Albânia e a Macedônia do Norte – que até mudou de nome recentemente para superar as objeções da Grécia, sem sucesso.
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"Não estamos pedindo que a Finlândia ou a Suécia mudem seu nome para Ikea, apenas para dizer aos americanos que essas coisas precisam ser resolvidas", afirmou o líder.
A Suécia e a Finlândia historicamente neutras fizeram movimentos para ingressar na OTAN nas últimas semanas, citando o conflito entre Rússia e Ucrânia.
A Croácia tornou-se membro da OTAN em 2009 e aderiu à UE em 2013, quando Milanovic era primeiro-ministro. O político social-democrata é presidente desde outubro de 2020. Não está claro, no entanto, se sua ameaça de vetar a expansão da OTAN vai funcionar na prática, já que o partido nacionalista HDZ tem a maioria parlamentar.
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