Moro critica Lula e Bolsonaro por não condenarem operação da Rússia na Ucrânia
15:01 06.05.2022 (atualizado: 18:00 06.05.2022)
© Folhapress / Mathilde MissioneiroO ex-juiz Sergio Moro (Podemos) durante o lançamento do livro "Contra o Sistema da Corrupção", no Renaissance São Paulo Hotel, 7 de dezembro de 2021
© Folhapress / Mathilde Missioneiro
Nos siga no
Para ex-ministro da Justiça, não se manifestar contra a operação russa "gera uma perceção negativa da imagem do Brasil".
Nesta sexta-feira (6) durante discurso em um evento, o ex-juiz, Sergio Moro (União Brasil), criticou o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula por não se posicionarem contra a operação russa na Ucrânia, segundo o UOL.
"É sintomático que os dois representantes desses extremos políticos, Lula e Bolsonaro, nunca tenham conseguido manifestar uma reprovação clara à a invasão [operação] da Ucrânia pela Rússia, o que gera uma percepção negativa da imagem do Brasil sobre as outras democracias ocidentais", disse Moro citado pela mídia.
O comentário do ex-ministro da Justiça acontece dois dias depois de Lula ter saído na capa da revista TIME falando sobre o assunto. Na visão do petista, o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, também tem culpa pelo conflito.
Na quarta-feira (4), Moro já tinha utilizado suas redes para criticar a entrevista de Lula, perguntando se, a partir das opiniões declaradas, dava para se perguntar se aquela era mesmo a via democrática para o pleito no Brasil este ano.
Lula, na entrevista na Time, culpa Zelensky, Biden e a União Europeia pela guerra na Ucrânia. Mal disfarça o seu desprezo por Zelensky e a sua preferência por Putin e por regimes autoritários. Esta é a via democrática?
— Sergio Moro (@SF_Moro) May 4, 2022
De acordo com a mídia, o ex-juiz já tinha cobrado um posicionamento do governo federal no início de março, cerca de uma semana após o início da operação, afirmando que era preciso "estar do lado certo da história".
Bolsonaro, por sua vez, se pronunciou logo após o início do conflito afirmando que o Brasil não tomaria partido, ficaria neutro e qualquer ação a respeito seria feita com "grande cautela'.
Na quarta-feira (4), o presidente disse temer os possíveis efeitos econômicos caso a crise ucraniana se prolongue, conforme noticiado.