Departamento de Estado dos EUA remove referências a Uma Só China de seu portal
© AFP 2023 / Alastair PikePrédio do Departamento de Estado em Washington, EUA, 22 de julho de 2019
© AFP 2023 / Alastair Pike
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Nos últimos dias, as páginas relacionadas a Taiwan do Departamento de Estado dos EUA foram reescritas de forma a retirar as menções de que a ilha autogovernada faz parte de uma China unida.
O Departamento de Estado dos EUA reorganizou recentemente as seções sobre Taiwan no seu portal oficial, com as páginas do órgão governamental norte-americano movendo e reescrevendo partes relativamente à sua relação com a China.
Assim, na última terça-feira (3) a Folha de Dados das Relações dos EUA com Taiwan ainda afirmava inequivocamente que "os Estados Unidos não apoiam a independência de Taiwan", de acordo com o Wayback Machine, um portal de arquivo que armazena caches de páginas da web de datas específicas.
Very worrying sign of the direction the US is taking.
— Arnaud Bertrand (@RnaudBertrand) May 8, 2022
The State Dpt removed from their website the fact they recognize that Taiwan is part of China (under PRC gvt) and that they don't support Taiwan independence.
Left: 3rd May. Right: today, 8th May (https://t.co/OxeRgdSq7h) pic.twitter.com/ktlxBGTdoU
Um sinal muito preocupante da direção que os EUA estão tomando.
O Departamento de Estado retirou de seu portal o fato de reconhecerem que Taiwan faz parte da China (sob o governo da RPC [República Popular da China]) e que não apoiam a independência de Taiwan.
Esquerda: 3 de maio. Direita: hoje, 8 de maio.
No entanto, na última semana a parte sobre suas "robustas relações não oficiais" com Taipé, logo no início da seção, foi deslocada para a página oficial de Taiwan no portal. Já a posição dos EUA na Folha de Dados está agora encoberta em linguagem diplomática vaga em vez de afirmar claramente que os EUA não apoiam a independência do território autogovernado.
"Os Estados Unidos têm uma política de longa data em relação à China, que é guiada pela Lei das Relações de Taiwan, os três Comunicados Conjuntos EUA-China e as Seis Garantias", indica atualmente o portal.
Anteriormente, a página explicava sua importância em termos diferentes:
"O Comunicado Conjunto EUA-RPC de 1979 mudou o reconhecimento diplomático de Taipé para Pequim. No Comunicado Conjunto, os Estados Unidos reconheceram o Governo da República Popular da China como o único governo legal da China, reconhecendo a posição chinesa de que existe apenas uma China e Taiwan é parte da China. O Comunicado Conjunto também declarou que o povo dos Estados Unidos manterá relações culturais, comerciais e outras relações não-oficiais com o povo de Taiwan", afirmava a versão anterior.
Os comunicados sustentam as relações EUA-China em um nível muito básico: Pequim não tem relações com países que não reconhecem sua pretensão de ser o único representante legítimo do povo chinês, o que significa que Taiwan é uma província chinesa rebelde que está destinada a se reunificar com o continente. Antes de 1979, os EUA apenas reconheciam a República da China em Taipé, e foram necessários quase sete anos de diplomacia cuidadosa para tornar possível a nova política oficial de Uma Só China.
Os EUA continuaram apoiando informalmente Taiwan após 1979 através do Instituto Americano em Taiwan e do Escritório de Representação Econômica e Cultural de Taipé nos EUA (TECRO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que funcionam como suas respectivas embaixadas não-oficiais. As relações são regidas pela Lei das Relações de Taiwan, de 1979.