Finlândia vai implantar caças F-35 na Lapônia, aumentando capacidade de monitoramento de fronteiras

© AFP 2023 / FABRICE COFFRINIUm caça F-35 A Lightning II é exibido durante uma apresentação da mídia na pista da Base Aérea de Emmen, na Suíça, 24 de março de 2022
Um caça F-35 A Lightning II é exibido durante uma apresentação da mídia na pista da Base Aérea de Emmen, na Suíça, 24 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 29.05.2022
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Primeira aeronave fabricada nos EUA deve chegar ao país nórdico em 2026, e pode aumentar velocidade de resposta aérea da OTAN na região caso pedido de adesão do país à aliança seja aceito.
A Finlândia deve implantar o primeiro lote de novos caças F-35 fabricados nos EUA na região mais ao norte do país, a Lapônia, revelou a Força Aérea de Helsinque.
Na sexta-feira (27), o general de brigada Juha-Pekka Keranen, comandante da Força Aérea do país nórdico, disse que a "frota F-35 será comissionada primeiro para a Força Aérea da Lapônia, em Rovaniemi, em 2026". A base aérea em questão está situada sete quilômetros ao norte da cidade de Rovaniemi, no Círculo Polar Ártico, famosa pelo parque temático Aldeia do Papai Noel. Esta é a base mais setentrional da Finlândia capaz de hospeda caças.
Em dezembro de 2021, Helsinque anunciou sua decisão de comprar uma frota de 64 aeronaves de combate multifunção furtivas F-35 para substituir seus antigos F/A-18 Hornets. Espera-se que os primeiros F-35 cheguem a Rovaniemi em 2026, com o restante da frota operando em 2030.
Caso o pedido de adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que Helsinque apresentou em 17 de maio, seja aprovado, o número de F-35 da aliança militar no norte da Europa vai aumentar consideravelmente, pois a Noruega, Estado-membro da OTAN, já recebeu 34 das 52 novas aeronaves. Enquanto a maior parte da frota de F-35 da Noruega está estacionada na base aérea de Orlandet, no sul do país, várias aeronaves estão sediadas ao norte do Círculo Polar Ártico, na base aérea de Evenes, como parte das forças de Alerta de Reação Rápida (QRA, na sigla em inglês) da OTAN.
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Na quinta-feira (26), dois F-35 voaram dessa base para interceptar dois aviões russos sobre o mar de Barents, que não violaram o espaço aéreo norueguês.
Se os F-35 finlandeses estacionados na base de Rovaniemi também se tornarem parte das forças QRA da aliança, levariam ainda menos tempo para interceptar hipotéticos aviões militares russos voando a oeste da Península de Kola. Esse cenário, no entanto, não é garantido, e os F-35 finlandeses podem ser encarregados de proteger a fronteira terrestre de 1.340 quilômetros do país com a Rússia, enquanto seus colegas noruegueses continuarão servindo como parte das forças QRA da OTAN no norte.
Na sexta-feira (27), o ministro da Defesa da Finlândia, Antti Kaikkonen, revelou que Helsinque convidaria países "parceiros" para realizar mais exercícios militares. O exercício, que deve começar já neste verão, visa alinhar as Forças Armadas da Finlândia com os padrões da OTAN, bem como "mostrar apoio concreto à Finlândia" enquanto o país entra no processo de inscrição para a adesão à OTAN.
Estado neutro por décadas, a Finlândia mudou drasticamente sua abordagem ao solicitar ingresso na aliança militar após a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, no final de fevereiro. Ao solicitar a adesão à OTAN, o governo finlandês explicou que via o gesto como um impedimento a uma possível agressão russa. Após várias pesquisas de opinião realizadas no país, 75% dos finlandeses se manifestaram favoráveis à adesão.
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A percepção comum da Finlândia como um país neutro pode estar errada, como a comissária da União Europeia (UE) para Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, uma cidadã finlandesa, disse a mídia alemã RND, na última segunda-feira (25).
"A Finlândia não tem sido realmente neutra. Ao longo dos anos, nos integramos cada vez mais ao Ocidente", explicou a comissária. Após a adesão da Finlândia à UE em 1995, a adesão à OTAN foi "um próximo passo natural", de acordo com Urpilainen.
A Rússia, por sua vez, insiste que não tem planos de atacar seu vizinho, descrevendo a decisão de Helsinque como injustificada.
Moscou alertou que se a Finlândia se juntar à OTAN, a Rússia teria que reforçar sua presença militar no norte do país e tomar medidas proporcionais para garantir sua segurança.
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