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Astrônomos acreditam que galáxias do Universo primitivo podem ter sido devoradas por buracos negros

© Foto / Public domain/NASA, ESA, and The Hubble Heritage Team (STScI/AURA); J. Blakeslee (Washington State University)Galáxia elíptica ESO 325-G004, localizada a aproximadamente 416 milhões de anos-luz da Terra na constelação de Centaurus
Galáxia elíptica ESO 325-G004, localizada a aproximadamente 416 milhões de anos-luz da Terra na constelação de Centaurus - Sputnik Brasil, 1920, 01.06.2022
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Nova pesquisa revela que buracos negros supermassivos no centro das galáxias devem ser os responsáveis por não permitir um maior número de formação de estrelas.
Não sendo muito ativa na criação de estrelas, a Via Láctea produz todos os anos cerca de três a quatro sóis dentre a vastidão de todo o seu corpo espiral.
Ainda mais paradas, as galáxias elípticas, cuja maior parte da formação de estrelas cessou há muito tempo, intrigam os cientistas pela pouca quantidade de estrelas.
De acordo com a Science Alert, os astrônomos acreditam que tais características têm algo a ver com os buracos negros supermassivos encontrados no centro de todas as galáxias.
Uma equipe internacional de astrônomos liderada pelo pesquisador Kei Ito, da Universidade de Pós-Graduação em Estudos Avançados, SOKENDAI, no Japão, examinou o Universo primitivo para descobrir se esse é o caso.
Usando alguns dos telescópios mais poderosos do mundo, a equipe coletou dados em vários comprimentos de onda de luz para identificar galáxias cuja luz viajou de 9,5 bilhões a 12,5 bilhões de anos através do golfo do espaço-tempo.
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Dentro da análise, os dados ópticos e infravermelhos foram responsáveis por identificar galáxias cuja formação de estrelas está em andamento e aquelas em que a formação de estrelas já cessou.
Em seguida, os dados de raios X e rádio foram analisados para identificar a atividade dos buracos negros supermassivos. Este é o mecanismo pelo qual os astrônomos acreditam que a formação de estrelas pode ser extinta. Quando um buraco negro supermassivo está ativo, ele devora grandes quantidades de matéria do espaço ao seu redor. Apesar de este processo ainda ser um pouco confuso e violento, o efeito produzido e conhecido como "feedback" seria uma justificativa possível para o fenômeno.
Todos sabemos que nada pode emergir além do horizonte de eventos de um buraco negro, mas o espaço ao seu redor é uma questão diferente. O material gira em torno do buraco negro, como água circulando um ralo, em que a gravidade e o atrito da matéria produzem uma intensa radiação que incendeia o Universo.
Outra forma que o feedback assume é a de jatos explodindo das regiões polares do buraco negro. Desta maneira, os cientistas acreditam que o material fora do horizonte de eventos seja acelerado ao longo do campo magnético externo do buraco negro, para ser lançado dos polos como jatos poderosos e focados de plasma que viajam a uma porcentagem significativa da velocidade da luz.
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Por fim, a outra forma de feedback produzido pelos buracos negros supermassivos ativos são os intensos ventos que varrem as galáxias. Acredita-se que todas as três formas de feedback – a radiação, os jatos e os ventos – aquecem e afastam o gás molecular frio necessário para a formação de estrelas-bebês.
Colocando em perspectiva, em distâncias ainda mais vastas, essas galáxias são muito mais difíceis de se ver, por exemplo, porque são fracas e pequenas do nosso ponto de vista atual, de tal forma que os pesquisadores tiveram de "empilhar" as galáxias juntas para enfatizar a luz de rádio e raios X que são os sinais reveladores de um buraco negro supermassivo ativo todos esses bilhões de anos atrás.
Através dessa técnica, a equipe encontrou um "excesso" de raios X e sinal de rádio muito forte para ser explicado apenas pelas estrelas nas galáxias com pouca ou nenhuma formação de estrelas, o que deve significar que o sinal corresponde ao de um buraco negro supermassivo ativo.
Os pesquisadores concluíram que é muito plausível que um buraco negro supermassivo ativo tenha um papel determinante nas mortes abruptas dessas galáxias misteriosas e fantasmagóricas.
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