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Mudança climática revela seres semelhantes a caranguejos debaixo do gelo da Antártica

CC BY-SA 2.0 / Flickr.com / Warren In the Weeds / Antártica (imagem referencial)
Antártica (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 08.06.2022
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Cientistas encontraram um enxame de artrópodes quase meio quilômetro abaixo da superfície da Antártica enquanto estudavam o impacto da mudança climática no continente.
Um grupo de cientistas da Nova Zelândia descobriu uma nova espécie de criaturas semelhantes a caranguejos vivendo quase 500 metros abaixo da superfície da Antártica, revela comunicado do Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera (NIWA, na sigla em inglês) do país.
Os cientistas estavam no local para estudar o impacto que a mudança climática está tendo sobre o rio de água doce que fica a centenas de quilômetros da plataforma de gelo Ross, e muito abaixo da superfície.
© Foto / Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera (NIWA, na sigla em inglês) / Craig StewartAninhadas no gelo, 12 unidades ApRES transmitem para a Nova Zelândia via satélite dados por hora sobre a espessura da plataforma de gelo
Aninhadas no gelo, 12 unidades ApRES transmitem para a Nova Zelândia via satélite dados por hora sobre a espessura da plataforma de gelo - Sputnik Brasil, 1920, 08.06.2022
Aninhadas no gelo, 12 unidades ApRES transmitem para a Nova Zelândia via satélite dados por hora sobre a espessura da plataforma de gelo
Craig Stevens, professor e pesquisador do NIWA, chamou a descoberta de uma grande surpresa, que, para ele, foi "como ser o primeiro a entrar em um mundo escondido".
"Por um tempo, pensamos que algo estava errado com a câmera, mas quando o foco melhorou, notamos um enxame de artrópodes de cerca de cinco milímetros de tamanho. Estávamos saltando de alegria porque ter todos aqueles animais nadando em torno de nosso equipamento significa que há claramente um ecossistema importante lá", contou Stevens.
As criaturas são da mesma família das lagostas, caranguejos e ácaros e compartilham um ancestral comum com as espécies mais familiares. O estuário foi descoberto pela primeira vez pelo líder do projeto Huw Horgan, que, enquanto observava as imagens de satélite da área, notou uma ranhura no gelo, o que lhe sugeriu que havia um estuário debaixo dele. Os pesquisadores deixaram instrumentos sob o gelo para continuar as observações por anos.
"Isto nos falará sobre o fluxo, temperatura e pressão da água em intervalos de dois minutos para que possamos ter uma boa imagem de como o rio se comporta e como interage com o oceano e a camada de gelo", segundo Horgan.
A mudança climática descongelou grande parte do gelo da Antártica, permitindo aos cientistas estudar os segredos por baixo dele. Ao mesmo tempo, as camadas de gelo do continente estão se desintegrando a um ritmo alarmante, o que tem um impacto significativo no nível global do mar.
© Foto / Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera (NIWA, na sigla em inglês)Áreas de estudo para os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera (NIWA, na sigla em inglês) que pesquisam a plataforma de gelo de Ross
Áreas de estudo para os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera (NIWA, na sigla em inglês) que pesquisam a plataforma de gelo de Ross - Sputnik Brasil, 1920, 08.06.2022
Áreas de estudo para os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera (NIWA, na sigla em inglês) que pesquisam a plataforma de gelo de Ross
"Nos preocupamos com isso porque a perda de gelo terrestre é agora o maior contribuinte para o aumento do nível do mar. Enquanto algumas plataformas de gelo estão derretendo rapidamente, outras, como a Plataforma de Gelo de Ross, estão próximas do equilíbrio. A compreensão destas diferenças é fundamental para prever como a camada de gelo evoluirá no futuro", explicou Stevens.
A equipe também observou os efeitos do vulcão subaquático de Tongan. Durante sua erupção, a equipe viu uma mudança significativa na pressão à medida que o tsunami percorria a cavidade de gelo.
"Ver o efeito do vulcão de Tongan, que entrou em erupção a milhares de quilômetros de distância, foi bastante notável", comentou Stevens.
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